Costumamos ver o lado sofisticado de Júlia Palha, mas a atriz de 22 anos prepara-se para mostrar uma faceta mais simples na pele de Fátima, a heroína de “A Serra”, a nova novela da SIC que estreia a 22 de fevereiro. A viver a sua primeira protagonista, confessa ser uma sortuda mas também “muito séria e reservada”.
Como é gravar esta Fátima que é tão diferente da Júlia?
Muito desafiante. Ela é diferente de mim em muita coisa, no estilo de vida e naquilo que é uma miúda serrana. Mas o que é giro é que trazemos um bocadinho de nós para as personagens e, no que toca a determinação e à maneira de estar, acaba por ser mais parecida comigo.
Fez algumas investigações para ser pastora e queijeira?
Para além de todo o trabalho de pesquisa que os atores fazem quando são coisas mais específicas e elaboradas, tive, através da SP [produtora da novela], formação de pastoreio. Também fui perceber tudo sobre moinhos. Só não tive de queijeira porque tecnicamente ela não é queijeira, ela fica a tomar conta da queijaria mas é só durante um período. Foi muito, muito divertido.
Passou muito frio a gravar na Serra da Estrela?
Tem sido complicado porque às vezes ficamos muito tempo à espera exatamente por causa do mau tempo. Mas, fora o frio, as esperas e estarmos longe de casa, que não é tão confortável, tem sido incrível porque os sítios são lindos. E acho que faz muita diferença num projeto quando há uma aposta maior em exteriores. Há margem para fazer planos mais bonitos, mais demorados.
Publicou nas redes sociais uma foto a sorrir e disse que era das poucas que tem assim… porquê?
Porque sou uma pessoa muito séria. Eu até sorrio bastante no meu dia a dia, mas não consigo sorrir para as fotografias. Se calhar não gosto do meu sorriso. É daquelas manias. Por norma, sou séria e muito, muito reservada, que no fundo é uma maneira simpática de dizer que sou tímida para caraças. Que é o que a minha mãe diz.
Sente vontade de quebrar essa timidez?
Desde que entrei nesta profissão tento contornar isso. Durante muito tempo sentia-me mal por ter um ar mais fechado e se calhar porque as pessoas confundiam isso com alguma arrogância. Quando qualquer pessoa me aborda na rua, eu sou o mais simpática possível, por pior que esteja a ser o meu dia, o que às vezes acontece. Mas é uma coisa que tenho começado a batalhar: tenho de sorrir mais, meter mais conversa. Sempre fui muito de estar “na minha”, não é porque não tenho interesse ou sou antipática. É porque é a minha personalidade.
Aos 22 anos, tem casa nova. Como está a viver esta fase?
É a primeira vez que estou a viver sozinha e sinto-me muito orgulhosa. Nesta correria que são as gravações e a situação em que estamos, às vezes dou por mim a ir-me abaixo e depois penso: “Fogo, eu tenho é de dar graças a Deus, sou supersortuda. Com esta idade já tenho vários projetos no meu currículo, acabei de comprar a minha primeira casa. Tenho saúde. A minha família está bem, ninguém apanhou Covid. Sou nova, estou a fazer a minha primeira protagonista”. Estou numa das melhores alturas da minha vida.
Tem namorado…
Sim, é verdade.
O que falta agora?
Não me falta nada, mas há de sempre faltar alguma coisa. Parece que tenho sempre uma vontade constante de algo novo, por melhor que esteja. Um dos meus maiores sonhos é trabalhar lá fora. Mas é bom porque não quero estar satisfeita, seria cair numa monotonia chata.