Não acontece só aos outros e Inês Castel-Branco sabe bem disso. A atriz, de 39 anos, também já esteve infetada com Covid-19. Numa altura em que o número de casos tem vindo a aumentar na zona de Lisboa, fala pela primeira vez sobre a luta que travou há seis meses. “Foi na altura do Natal. Estive infetada em família, mas não infetei ninguém, porque fizemos as distâncias de segurança e estivemos num sítio arejado. Foi uma sorte e a verdade é que nunca sabemos ao certo como é que apanhamos”, começa por revelar, assegurando: “Não passei bem. Uma gripe não me leva à cama e isto levou”. Inês esteve infetada com o filho, Simão, de 10 anos. “A minha sorte foi que o meu filho ficou infetado comigo e esteve sem sintomas, porque se tivesse tido, não sei como teria sido”, conta.
Toda a sua experiência a fez olhar para o que vivemos atualmente com ainda mais respeito. “Não vivo com medo, porque já tive. Perdi o medo a partir do momento em que fiquei infetada, o medo de morrer, isso sim. Mas obviamente que tenho imenso respeito pelo vírus”, afiança. Apesar de tudo, a estrela da TV reitera que continua a ter todos os cuidados. “O meu respeito pelo vírus é igual e pelas pessoas que têm medo. Há aqui atores que têm mais medo do que outros, aprendi completamente a respeitar. Tenho amigos que estão mesmo fechados em casa há um ano e meio e respeito isso. Quando trabalhamos em grupo temos de ter todos os cuidados”, defende.
Longe das novelas desde “Nazaré”, que a SIC exibiu em 2020, e dos ecrãs desde “Conta-me Como Foi”, da RTP1, e “3 Caminos”, que o canal público também transmitiu, Inês Castel-Branco regressou ao trabalho em fevereiro, com o início da rodagem da novela “Para Sempre”, que em setembro se estreia na TVI. E um dos seus maiores receios era precisamente gravar em tempos de pandemia, até porque ainda não o tinha feito. “Era uma coisa que me dava algum medo e acabou por ser bastante mais tranquilo com todos os cuidados que temos”, elogia. Na próxima novela do canal de Queluz de Baixo, a atriz interpreta a protagonista, Clara. “É uma rapariga bastante romântica, recatada, que acredita no amor, sonha casar-se e ter filhos, é professora de primeiro e segundo ciclo, maestrina de um coro infantil, tem todo um universo à volta das crianças e o seu grande sonho é construir uma família”, anuncia. Mas não vai ser uma tarefa fácil, até porque, no arranque da história descobre que está um problema de infertilidade. Problema esse pelo qual também Inês Castel-Branco chegou a passar. “Sofri isso na pele, não foi uma coisa que tivesse de fazer muita pesquisa, já sabia tudo o que havia para saber, porque tinha passado pelo mesmo. E a verdade é que, quando comecei a ler, achei ‘que engraçado, a Clara é a parecida comigo’. Se calhar é um bocadinho mais ingénua e romântica do que eu, mas temos muitas coisas em que nos tocamos”, revela.