É já este domingo, 26 de Fevereiro, que Virgílio Castelo celebra 70 anos e diz: “Estou-me a borrifar”. Um percurso que conta já com quase 50 anos de carreira. Ainda assim, o ator de “Sangue Oculto” não se preocupa com o passar do tempo. “As preocupações que tenho são duas: uma principal de saúde e, como vou fazer 70 anos, há cada vez menos tempo. Aquilo que quero é aguentar-me com saúde”.
Desde o nascimento das filhas mais novas, Violeta, de 18 anos, e Sancha, de 14, que o que deseja “é ter tempo, aguentar-me bem até elas ficarem independentes”, acrescenta. Por isso, as marcas da idade não lhe fazem confusão. Por isso, Virgílio Castelo celebra 70 anos e diz: “Estou-me a borrifar para o ficar mais velho, com mais rugas”.
Preocupado com a saúde
A saúde é também algo a que está cada vez mais atento. “Desde os 50 anos, cada vez que se vai ao médico se traz uma doença nova. A partir dos 50 comecei a descobrir uma série de coisas que não sabia que tinha, mas que toda a gente tem. No fundo, os cuidados que tenho são para preservar a saúde, o envelhecimento em si não me preocupa rigorosamente nada”, afiança.
Virgílio Castelo quer é poder continuar a trabalhar. “Lembro-me sempre do Ruy de Carvalho, que tem 96 anos, continua a trabalhar, já não tem a vitalidade que tinha há 10, 15, 20 anos, mas continua, isso é o sonho de cada um de nós. É podermos continuar a trabalhar com as limitações que tivermos”, explica.
E dá um exemplo de algo em que ficou bem patente as mudanças que a idade lhe trouxeram. “Hoje em dia não consigo fazer as coisas que fazia com 40 ou com 50. Há uma história engraçada, houve um dia aqui numa cena com a Manuela em que numa cena de um beijo, no calor da representação tinha que agarrá-la e dar-lhe um beijo curvado. Era uma coisa que faria normalmente, fiz isso e de repente senti uma dor nos rins e tive que voltar atrás e fazer com mais cuidado”, conta.
“Não ligo nada”
O dia vai ser passado em família, mas sem grandes festejos. “Não ligo nada, vou almoçar com a família e não faço mais nada. Não tenho esse lado festivo. Sou um chato”, brinca. Curiosamente, nesta conversa, falou precisamente sobre este seu lado “chato”, como o próprio o descreve. “Como homem sou muito mais denso, pesado e chato do que o Almeno. O Almeno é uma espécie de Virgílio à solta. Eu não sou assim, tenho uma perceção da existência muito mais densa. Tenho muito pouca leveza em mim como homem, como pessoa, sou um tipo pouco leve. Nunca levei a vida de uma maneira tão leve. Para mim sempre foi uma coisa séria de grande reflexão”, afiança.
Por fim, ainda justifica: “Há duas coisas que não tenho que me tornam uma pessoa chata, não tenho nenhuma paixão clubística, nem tenho nenhuma fé católica. Logo à partida não tenho estas duas coisas que tornam a essência mais leve. Sou uma pessoa que como pessoa tende sempre a olhar para o lado mais problemático da existência. Eu não faço para complicar, eu sou assim naturalmente”.
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