Decorreu no Tribunal de Loures, na tarde do dia 15 de maio, segunda-feira, a penúltima audiência do processo de violência doméstica que senta o ator, de 38 anos, no banco dos réus. Nesta sessão foram ouvidas as suas testemunhas de defesa. João Baptista leva amigos e colegas a testemunhar em tribunal em processo de violência doméstica.
“Não era uma relação saudável. Não via o João feliz”
Além de dois amigos que tinham contacto regular com o ex-casal, foi ouvida uma amiga de João e a colega Débora Monteiro, que contracenou com ele em diversos projetos de ficção. Foi o testemunho da atriz da SIC que se destacou nesta sessão. Débora recordou o ambiente que vivia nas gravações da novela da estação de Paço de Arcos “Paixão” em 2017. “Conheci a assistente deste processo [Dina Kelly] no contexto do relacionamento que mantinha com o João”, começou por dizer em tribunal. “Não era uma relação saudável. Não via o João feliz, e nessa altura passava muitas horas com ele, na sala de atores, a bater texto, porque as nossas personagens assim exigiam nesse projeto”, explicou, primeiramente. “Em algumas alturas eu assistia a coisas, ela ligava-lhe e rebaixava-o. Conseguia ouvir porque o João estava ao meu lado e eram gritos”. Débora pediu autorização ao tribunal para proferir as palavras exatas que ouviu. “Ela disse que ele era um m*****, um falhado, que não ia ter mais sucesso depois daquele projeto, que não ia ter mais nada”, revelou, em seguida.
“Ele estava muito apaixonado. Mas ela estava sempre a repreendê-lo”
A atriz continuou o seu depoimento respondendo às questões do advogado de João, Ricardo Barroso Tavares. “Ele estava muito apaixonado. Mas ela estava sempre a repreendê-lo, a dizer para não fazer isto, não fazer aquilo… Prendia-o, não deixando que ele fosse o João. Sentia que ele estava completamente apaixonado e ela queria mais qualquer coisa, não estava satisfeita. Ele não estava feliz porque ela não lhe dava amor”, reforçou a atriz. “Ligava nas horas de trabalho, estava sempre a ligar-lhe. Aquilo era abusivo, ela estava sempre a controlar o trabalho dele, porque a personagem dele exigia que existissem beijos e abraços, e estava sempre enfiada no camarim dele. Quero bater texto com o meu colega e está uma mulher agarrada a ele”, recordou sobre a época em que gravaram a novela “Paixão”.
“Havia toxicidade na relação, sim!”
“Havia toxicidade na relação, sim!”, afirmou a atriz, sem reservas, em seguida. “Não me incomodava, mas via o João triste. Pedia para ela sair na gravação das cenas mais íntimas. Não é normal ter a presença constante de um familiar ali. Acho que o João a queria agradar em tudo…” E, em suma, lembra-se dos altos e baixos deste namoro. “Em 2017, começaram e acabaram o namoro várias vezes. Achei normal terminarem, porque era uma relação que não ia ter futuro”, rematou, por fim, a atriz. Sandro Agostinho, amigo do ator, recordou alguns momentos que viveu com o ex-casal. “O João gostava muito da Kelly, equacionava ser pai com ela e comprar casa em Lisboa, mas ela exercia um controlo sobre ele… tinha uma influência forte”, afirma, em primeiro lugar. “Com as despesas, os levantamentos no multibanco, e isso fazia-o sentir-se inseguro”, testemunhou, por fim.
A empresária Dina Kelly teve uma relação amorosa com João Baptista entre abril de 2017 e julho de 2018, que terminou com uma queixa de violência doméstica.
Percorra, por fim, a galeria de imagens. João Baptista leva amigos e colegas a testemunhar em tribunal em processo de violência doméstica.