Léa Garcia que deu vida a personagens icónicas, em novelas como “Escrava Isaura” ou “Xica da Silva”, faleceu esta terça-feira, 15 de agosto, aos 90 anos. A notícia da morte da atriz foi avançado pela família nas redes sociais
A atriz, com mais de 70 anos de representação, estava ainda no ativo. Tanto assim é que Léa Garcia ia participar no remake da novela “Renascer”, de Bruno Luperi, com estreia marcada para breve na TV Globo.
Com um percurso recheado de sucessos e excelentes interpretações, Léa Garcia viu o seu talento reconhecido. Em 1957 foi indicada no Festival de Cannes para o prémio de Melhor Interpretação Feminina com ‘Orfeu Negro’. Mas do seu currículo constam inúmeras premiações: em 2004 recebeu o prémio de Melhor Atriz no Festival de Gramado, por ‘As Filhas do Vento’ e, em 2013, o prémio Brazilian Film Festival of Toronto, pela sua interpretação em ‘Acalanto’. Ainda assim, Léa Garcia continuou a ver o seu talento reconhecido, em 2014, em 2018 e em 2020 quando recebeu o Prémio Carreira no Festival Santa Cruz de Cinema.
“Escrava Isaura” foi um marco na sua carreira
Léa Garcia participou em inúmeras telenovelas, mas a que mais a marcou e que responsável pelo seu enorme sucesso foi “Escrava Isaura”. Aliás, a própria afirmou que “’Escrava Isaura’ é o meu cartão de visitas. Tive muitas dificuldades em fazer cenas de maldade com a Lucélia Santos. Eu me lembro de uma cena em que, quando a Rosa acabou de fazer todas as perversidades com a Isaura, eu tive uma crise de choro, me pegou muito forte. Chorei muito, não com pena, mas porque me tocou”.
E, na verdade, todo este sucesso fez sentido e toda esta emoção também. Isto porque estamos a falar da sua primeira vilã na televisão. No entanto, todo este sucesso e reconhecimento do público, também lhe deu alguns problemas. É que há sempre aquele público que não separa a realidade da ficção e, por isso, Léa Garcia foi alvo de violência física. Em resposta a estas reações do público, tudo devido ao seu inegável talento, Léa explicou que a sua personagem, Rosa, “na condição de escrava, lutava com as armas que tinha, o que era de difícil compreensão pelos telespectadores”.
Não esquecer que a atriz agora falecida aos 90 anos, além de integrar o elenco de muitas telenovelas, também fez muito teatro e cinema. Estreou-se como atriz aos 19 anos.