O último dia de 2023 ficou marcado pela abdicação do trono da rainha Margarida da Dinamarca a favor do seu filho, o príncipe Frederico, que amanhã, 14 de janeiro, em Copenhaga, será proclamado rei Frederico X. A notícia apanhou todos de surpresa, incluindo os futuros rei e rainha (princesa Mary), a quem foi comunicada a decisão apenas três dias antes de ser publicamente divulgada. No entanto, esta não é uma prática nova e nas últimas décadas tem sido até muito frequente nas monarquias europeias. Conheça algumas das mais recentes às mais históricas abdicações nas monarquias europeias.
Países Baixos
A 28 de janeiro de 2013, a rainha Beatriz dos Países Baixos anuciou a sua abdicação do trono, ao fim de 32 anos de reinado, a favor do seu filho mais velho, o príncipe Guilherme, na altura com 46 anos. A 30 de abril desse ano, subia ao trono o rei Guilherme Alexandre e a princesa Maxima recebia o título de rainha. Em abril passado cumpriram 10 anos de reinado e são um das referências das “novas” monarquias europeias.
Bélgica
Também em 2013, mas a 3 de julho, a casa real belga anunciava a abdicação do trono por parte do rei Alberto, aos 80 anos e quase duas décadas de reinado. Na altura, admitiu que a sua saúde já não lhe permitia cumprir as suas obrigações na sua plenitude e que depositava toda a confiança no seu filho mais velho, o então príncipe Philippe, na altura com 53 anos, e a sua mulher, a princesa Mathilde. então com apenas 40 anos.
Espanha
A 2 de junho do ano seguinte foi a vez do rei Juan Carlos de Espanha anunciar a sua abdicação a favor do príncipe Filipe. Na verdade, o chefe de Estado espanhol foi “obrigado” a fazê-lo depois do escândalo de corrupção em que o seu nome estava envolvido, assim como a revelação pública da existência de uma amante, a alemã Corinna Larsen, também ela ennvolvida no caso de corrupção. Juan Carlos saía assim pela porta pequena e arrastava consigo a rainha Sofia.
Com 45 anos, Felipe, o príncipe das Astúrias, subia assim ao trono a 14 de junho, numa cerimónia marcada também pela austeridade que se fazia sentir na sociedade espanhola e nascia então uma das grandes figuras desta atual monarquia: a rainha Letizia, a antiga jornalista e plebeia de nascimento.
Em 2020, depois do Supremo Tribunal ter dado início à investigação desse mesmo caso de alegada corrupção, o rei emérito, Juan Carlos comunicou ao filho, o rei Felipe VI, a decisão de abandonar Espanha para viver em Abu Dhabi.
De Inglaterra com amor e de Itália sem amor: das mais recentes às mais históricas abdicações nas monarquias europeias
Se as últimas abdicações surgiram, à exceção de Juan Carlos de Espanha, por razões de saúde ou idade avançada, outras houve que tiveram na sua origem o amor e o ódio.
A 12 de dezembro de 1936, o rei Eduardo VIII abdicou do trono de Inglaterra por amor à norte-americana divorciada Wallis Simpson, com quem se casou seis meses depois, em juho de 1937, em França, e viveu apaixonadamente até ao fim dos seus dias, em Paris, com o título de duques de Windsor. Foi o seu irmão mais novo, o príncipe Albert, pai de Isabel II, que subiu ao trono em maio de 1937 com o título de rei George VI.
Já o rei de Itália, Victor Emmanuel III, foi obrigado a andicar do trono a 9 de maio de 1946por culpa da sua chocante colaboração com o regime fascista de Mussolini. O seu filho, Umberto II, conhecido como o rei de Maio, foi o último rei de Itália, entre maio e junho de 1946, altura em que se exilou em Cascais, Portugal. Pouco depois, através de um referndo, nascia a República.