Marco Paulo morreu na manhã desta quinta-feira, 24 de outubro, vítima de um cancro. O artista deixa um legado de mais de 50 anos de carreira na música, canções que marcaram gerações em todo o país. Entretanto, sem filhos, o cantor já havia escrito um testamento meses antes de morrer. Saiba para onde vai o património de Marco Paulo a seguir.
Foi em entrevista à revista “Nova Gente” em abril que o cantor revelou que já estava a preparar o futuro da família. “Organizei e organizo a minha vida a preparar o futuro de algumas pessoas que estiveram sempre ao meu lado”, disse.
Além disso, o cantor fala da importância que o afilhado, Marquinhos, tem em sua vida. “O meu afilhado é um filho que nunca tive. Preocupo-me com o futuro dele. Já fiz o testamento e ele está incluído”, revela Marco Paulo. Além disso, o cantor assegura que a decisão foi tomada com o conhecimento da família. “Como sou propenso a doenças graves, já precavi tudo isso para que as pessoas estejam resguardadas. E elas sabem”.
Marco Paulo doa património artístico para criação de museu
Por outro lado, o património artístico tem um destino especial. “Isto já foi dado à câmara municipal da minha terra”, contou, numa entrevista a Ana Marques. O cantor deu detalhes do que planejava fazer: “Um museu em Mourão. Vai ser num lagar de azeite. Porque o Alentejo é azeite. Além de amor, tem azeite, muito azeite!”
De acordo com Marco Paulo, o objetivo era criar uma exposição com tudo o que guardou ao longo dos 50 anos de carreira. “O meu espólio, os meus melhores fatos de galar e concertos que eu dei, tudo o que eu tenho aqui e em outro lado, vai ser tudo para um museu”.
Além disso, destacou que toda a receita que o museu arrecadasse, tencionava doar. “Vai ser para as crianças da província, que vivem em terras muito longes, no campo, nos montes, longínquas. E estas crianças não sabem o que é tratarem-se, um médico, um hospital. E é a essas crianças que eu vou doar tudo aquilo que for entregue, nos bilhetes que compram para ver a exposição.” Destacou por fim que esperava montar “uma exposição muito bonita, com muita dignidade, muito respeito.”