Sou uma leitora assídua e também acompanho “Querido Dentista”, na SIC. Já me apercebi que existe uma técnica de anestesia que algumas das pacientes usaram para se sentirem mais confortáveis durante a cirurgia. O que é e para que serve exatamente? Quais as vantagens deste tratamento? Maria do Carmo, Beja
O que provavelmente viu em alguns casos que foram apresentados é o que usamos muitas vezes na clínica, ou seja, a sedação consciente inalatória. Um dos grandes desafios da medicina dentária é a qualidade no atendimento e o conforto do paciente durante o procedimento clínico. Assim, o controlo do medo e da ansiedade, além da dor, inflamação e infeções de origem odontogénica, devem nortear o atendimento dentário. A sedação consciente, também conhecida como “analgesia inalatória”, constitui uma alternativa preciosa quando os doentes desenvolvem um grau de ansiedade que dificulta a realização de tratamentos dentários. O conceito difere totalmente da anestesia geral. Enquanto a sedação consciente é uma depressão mínima do nível de consciência, em que são mantidos a respiração voluntária, reflexos protetores e a capacidade de resposta a comandos físicos e verbais do paciente, a anestesia geral é uma depressão generalizada do sistema nervoso central, levando o indivíduo à inconsciência, à perda dos reflexos protetores e da capacidade respiratória espontânea, estando o paciente, na maioria das vezes, entubado. A utilização da técnica possibilita a individualização da dose, controle do nível de sedação, como o aprofundamento da sedação apenas nos momentos mais críticos do atendimento. A duração da ação varia de acordo com a necessidade do profissional e do tratamento e possibilita a imediata recuperação do paciente. Tem ampla aplicação na medicina dentária, podendo ser usada em praticamente todos os procedimentos. Este tipo de sedação apresenta inúmeras vantagens quanto à recuperação pós-operatória quando comparada com a anestesia geral. O doente mantém respiração espontânea, está vígil, reage a estímulos físicos e verbais e por isso é administrado anestésico injetável para a execução do tratamento sem dores.
É importante que o doente não sofra de qualquer obstrução nasal (constipação), para que possa respirar corretamente pelo nariz. Se no dia agendado a criança ou o adulto adoecerem, deverão prevenir o médico pois o tratamento terá que ser adiado. Podem surgir efeitos indesejáveis, sendo muito raros.