Sem que nada o fizesse prever, a novela escrita por João Matos e António Barreira mudou-se de armas e bagagens para Espanha. Na história, André (Rodrigo Paganelli) e Maria (Mikaela Lupu) ganham uma viagem a Lloret de Mar e a tragédia acontece, quando o rapaz é raptado por um perigoso assaltante, correndo risco de vida. Segundo fonte próxima da produção, o “desvio” foi ideia de José Eduardo Moniz que, como consultor para a Ficção Nacional da TVI, “após reunir com os autores e a equipa de produção, sugeriu uma série de alterações ao enredo, com o intuito de aproximar mais a novela à realidade e ao público”, nomeadamente o jovem, que se encontra em férias da Páscoa. Daí para Espanha foi um saltinho, com parte do elenco a gravar em apenas três dias todas as cenas de exterior em Lloret. Mas as mudanças não vão ficar por aqui.
Decidido a recuperar a liderança da ficção do canal face à concorrente SIC, Moniz analisou os episódios já escritos pela dupla de autores e decidiu que a história tem de “levar uma injeção de adrenalina”, conta a mesma fonte. Uma das medidas foi “ressuscitar” a personagem de Lídia Franco (Madalena) que iria morrer em breve. “As cenas do funeral já estavam todas gravadas, só faltava mesmo a da queda fatal. Agora, decidiu-se que a personagem vai de facto cair, mas acaba por sobreviver”, é-nos explicado, “Dessa forma, continua a explorar-se o tema da violência doméstica.” Para já, João Matos e António Barreira tiveram de reescrever quase 30 episódios, “deixando quase tudo em aberto”. Mas se, por um lado, todas estas mudanças podem criar alguns contratempos a nível da produção, a verdade é que o sentimento geral na TVI e na Plural é de entusiasmo. “Fazia falta alguém com esta garra. Alguém que traz uma ideia e é capaz de a executar sem medo”, revela fonte da produção. “E é óbvio que esta energia nos faz acreditar mais no nosso trabalho.”