
Diogo Piçarra tem alguns desafios pela frente no “Festival da Canção RTP”, o primeiro dos quais é que se torne provado que “Canção do fim” não é plágio. A polémica teve início com as suspeitas lançadas por alguns internautas perante as semelhanças entre esse tema e um outro de origem evangélica intitulado de “Abre meus olhos”.
Depois de ter sido apurado com a pontuação máxima na segunda semifinal, o segundo propósito deverá ser vencer a final, representando Portugal na Eurovisão. E o derradeiro passa por passar no crivo da Eurovision Song Contest (ESC) Reference Group, que integra a Eurovision Broadcasting Union (EBU) e ditará se o tema reúne ou não todas as condições para entrar em concurso em representação de Portugal. E, se houver reprovação, o ato não será inédito, já que aquele organismo vetou, em 2003, a passagem do tema “We’ve got the world”, de Mickey Harte.
Recorde-se que Diogo Piçarra já se defendeu das críticas que o acusam de plágio num longo texto publicado nas redes sociais: “A simplicidade tem destas coisas e só quem não cria arte é que nunca estará nesta posição. Faz parte da vida de um compositor e é algo que todos nós iremos ‘sofrer’ a vida toda”. Adianta ainda que a canção surgiu em 2016, assim como músicas do seu novo álbum “do=s” e que a manteve guardada “por achar algo especial, no entanto, a sua simplicidade e a sua progressão de acordes não é algo que não tenha sido inventado, tal como tudo na música”.
Afirma ainda que a “a Internet é o verdadeiro juiz dos tempos modernos. Aclama mas também destrói”. “A minha consciência está tranquila na medida em que eu próprio sou quem está mais surpreendido no meio disto tudo: nasci em 1990, não sou crente nem religioso, e agora descobrir que uma música evangélica de 1979 da Igreja Universal do Reino de Deus se assemelha a algo que tu criaste, é algo espantoso e no mínimo irónico. Desconhecia por completo o tema e continuarei a defender a minha música por acreditar que foi criada sem segundas intenções”. Lembra ainda que “as melodias na música não são ilimitadas. Nunca participaria num concurso nacional com a consciência de que estava a plagiar uma música da Igreja Universal. Teria agarrado na guitarra e feito outra coisa qualquer”. E conclui, afirmando que, “afinal as pessoas quando olham, vêem tudo, no entanto, só o lado mau que procuram destruir. Mas, infelizmente, informo que isso nunca acontecerá”, agradecendo contudo “a esta família gigante que me apoia sempre”.