Noélia, 23 anos, é de Tavira e, apesar de tão nova, mostra-se determinada e já tem dois supermercados. O seu dia de trabalho começa às quatro da manhã e só termina à noite. Com a pandemia, confessa que começou a vender mais e que tem trabalhado com todos os cuidados a nível de proteção. O marido trabalha com ela e ficou à frente dos negócios enquanto Noélia vai para a Casa.
“Sou rápida, agitada, se mando alguém fazer, já fiz. Não gosto de ser empregada de ninguém. Estou habituada a mandar”, diz, sem papas na língua.
Recentemente, sofreu uma perda enorme. O pai faleceu vítima de enfarte durante a pandemia e Noélia tem a mágoa de não ter feito o funeral como era possível antes de ser declarado estado de emergência. Atualmente, os funerais só podem ter cerca de 10 pessoas e por isso a jovem sentiu que o pai não teve a despedida que lhe gostaria de ter dado.
Este domingo, a mãe assinalou o seu 54º aniversário e o pai, se fosse vivo, faria 57 anos. “Pensei duas vezes mas decidi pensar em mim pela primeira vez e aceitei o desafio. Não podemos mudar o que está feito. Só podemos mudar o futuro”, disse a Cláudio Ramos sobre a decisão de avançar com a decisão de ir para o programa.