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Contra todas as expectativas, a nova diretora de Entretenimento e Ficção da TVI começou a trabalhar na sua nova (velha!) casa mal rescindiu o seu contrato de forma unilateral com a SIC. E, apesar de a estação de Queluz ter revelado, em comunicado, que iniciaria funções a 1 de setembro, Cristina Ferreira foi logo às instalações do canal, para surpresa de muita gente.
E para além do cargo na direção de programas e de mais poder dentro dos corredores da estação de Queluz, o que também foi bem negociado foi a entrada da até agora líder das manhãs televisivas no capital social da Media Capital. Cristina quer ser acionista do grupo, estando estimado que adquira 1%, no máximo 2. Não será aumento de capital, apenas venda de quota, tudo indica, da Prisa, que detém a maioria, com 64%, e que há muito quer vender a sua parte – basta recordar as intenções de compra por parte do grupo Cofina, que não chegaram a bom porto.
Mário Ferreira, o grande investidor dos últimos tempos e o empresário que convenceu Cristina a regressar, pagou 10,5 milhões pela compra de 30% da Media Capital, num total de 25.539.883 ações, a 41 cêntimos cada. Por 1%, Cristina terá de pagar cerca de 346.504 por 845.131 ações, ou o dobro se quiser ficar com 2%.
A importância da entrada no capital da empresa não se prende tanto com o lucro que estas podem dar a curto prazo, já que desde 2018 não há divisão de receitas devido à situação de crise vivida para os lados de Queluz, mas sobretudo com a chegada ao poder, algo que já fez saber pelas suas redes sociais que quer atingir e do qual gosta. Mesmo que seja uma parte irrisória, permite-lhe ocupar uma posição na administração da Media Capital, além de se tornar acionista na holding. Um reforço de poderes nunca detido por um apresentador em Portugal e que lhe permite, por fim, ter uma última palavra a dizer em tudo o que se passa no canal.