Ele sempre recusou conversar com aquela que é a sua verdadeira mãe, mas está prestes a chegar o momento em que Martim vai, por fim, ter uma conversa séria com Eduarda. E tudo sucede pouco depois de um episódio de violência extrema. Num ato de loucura, Beatriz tem uma discussão com a mãe e ela cai ao chão. É internada de urgência e o pior diagnóstico surge: está tetraplégica. Quando tem alta, vem para casa em cadeira de rodas.
Ao saber do estado da avó, o menino diz a Tiago que quer conversar com ela, que fica surpreendido com o pedido. “Então tu estavas tão zangado com a avó e agora queres ir ter com ela?”, questiona, insistindo: “Queres perdoar a avó, é isso? Achas que este acidente apaga as coisas más que ela fez? As mentiras todas que nos contou?”. “Ninguém merece ficar sem andar”, atira o menino. “Martim, a tua avó não vai ficar naquela cadeira para sempre. Acredita em mim. Ela vai recuperar como tu recuperaste. A tua avó é forte, não tenhas pena dela”, insiste Tiago.
No dia seguinte, Martim fala com Beatriz e insiste no tema, mas ela não se mostra com vontade de que tal aconteça. “O facto da tua avó estar numa cadeira de rodas não apaga tudo o que ela nos fez”, solta. Martim defende-se: “Ela já está a ser castigada. Eu sei. Quando eu estava de cadeira de rodas tinha-te a ti, ao pai, ao tio, ao Diogo, à Arminda, ao Norberto. A avó não tem ninguém…”, atira. A discussão prossegue, com a professora a acabar por dizer ao filho que vai pensar no que ele lhe pede. Ele admite ainda que se ela não se sentir à vontade, pode ir com Tiago ou Francisco, até que a namorada de Diogo aceita.
Chega o grande dia para Martim, que entra na herdade e conversa lado a lado com Eduarda. “Lembras-te das horas que passavas aqui a fazer fisioterapia? Foste sempre muito valente e disciplinado. Por isso é que recuperaste tão bem. E o dia em que voltaste a andar… Lembro-me como se fosse ontem”, solta ela. O filho corrobora: “Também eu… Se fores como eu, também vais voltar a andar. Tens é de fazer o que os médicos mandam. Custa, mas tem de ser”. Dengosa, ela faz-se de vítima e diz não ter ninguém que a ajude. Beatriz ouve-os atentamente e sente cada vez mais nojo da mãe, acabando por desabafar: “Mãe! Por favor, menos, sim?”. A vilã cala-se e suspira e Martim não gosta, acabando por soltar: “Não tens de ser tão má com a avó. Ela precisa de ajuda e eu lembro-me dos exercícios!”. “Não percebes que a avó está a fazer-se de vítima?”, insiste a irmã de Afonso, mas o filho riposta: “O que eu não percebo é porque é que estão todos contra ela! A avó pediu desculpas a toda a família e ninguém a ajuda? Ninguém quer saber?”. Eduarda pede-lhe que tenha calma e é então que ele a surpreende: “Eu quero, avó. Os outros podem não desculpar, mas eu desculpo. Eu perdoo-te tudo! Eu vou ajudar-te”. Beatriz fica em choque com o que ouve, enquanto a mãe não esconde a satisfação: “Nem imaginas como me agrada saber que que me queres ajudar, meu amor”.Entretanto, a namorada de Diogo olha para o relógio e diz ao filho que já são horas de irem embora, mas ele não quer, admitindo que queria ir passear com a avó. A antiga Presidente da Câmara acaba por mudar o discurso: “Ouve a tua mãe, querido. Prometes que voltas para o passeio?”. E ele promete. Os dois acabam por sair.