Num abrigo no meio da serra, os dois encontram-se e o socorrista logo lhe explica: “Quero que saibas que o meu irmão não matou o Artur”, desabafa. “Não é a mim que tens de convencer, é à polícia. O Gustavo fugiu… Fica difícil de acreditar….”, atira ela. “Ouve, eu não sabia que ele te tinha enganado com aquilo do sangue, juro”, justifica o rapaz, mas a queijeira continua intransigente: “E eu subi a montanha para ouvir isso? Para me dizeres que não sabes de nada, que não viste nada?”. “Não, foi para te dizer que sou culpado. Culpado de te omitir coisas importantes e graves. Sabes, eu quando cheguei a esta aldeia, vindo dos Alpes, estava mesmo decidido a acabar tudo com a Mariana. Já não tinha nada em comum com ela e… Isto está tudo relacionado com a morte do teu irmão. Mesmo o facto de não ter acabado com a Mariana depois da noite que passamos neste abrigo”, continua Tomás. Fátima está em choque e ele decide que não vale a pena continuar a esconder-lhe a verdade.
O filho de Aida conta-lhe toda a história do vídeo e ela quer ver as imagens, mas ele diz já o ter apagado. “Então não tens provas. Dizes que me trocaste pela Mariana, porque a Carlota te chantageou pois tinha um vídeo do Gustavo a meter o corpo do meu irmão no…”, admite não conseguindo completar a frase. “O mais importante é que saibas que não foi o Gustavo quem matou o teu irmão. Eles andaram à porrada, estavam com os copos e desentenderam-se, mas o teu irmão morreu envenenado. E o Gustavo não tem nada a ver com isso”, atira Tomás. “Se não foi ele, para que é que lhe bateu e o enfiou num carro para disfarçar a morte?”, questiona a tia de Anabela. “Porque o tonto pensou mesmo que o tinha matado e entrou em pânico. Depois ligou à Carlota e ela só piorou as coisas. Fê-lo fingir que era um acidente”, insiste o amado, continuando: “É a verdade. O Gustavo acreditou que tinha assassinado o teu irmão. E eu, para evitar que ele fosse parar outra vez à cadeia, deixei-me chantagear pela Carlota. Só descobrimos que ele estava inocente quando saiu o resultado da autópsia”.
Perante tais palavras, Fátima não consegue aceitar o que ouve e quer saber se também Tomás esteve no local do crime. Ele nega. Em seguida, a filha de Silvério levanta-se, limpa as lágrimas e olha-o, séria, perguntando-lhe porque não lhe contou nada antes. “Eu queria, mas o meu irmão tinha medo que o vídeo fosse parar à polícia. Ele tem cadastro seria logo preso, percebes? Ele sofreu muito quando esteve preso”, afiança, prosseguindo: “Não ia adiantar nada. Nós já não estávamos juntos e… E o assassino não é o meu irmão, Fátima, não é!”. A rapariga, a explodir de raiva, quer saber quem é. “Eu desconfio da Carlota. Ela é quem sugeriu encenar o acidente. E por favor, não lhe digas nada… Temos de a apanhar de surpresa, o meu irmão tem de aceitar testemunhar contra ela”, refere o socorrista, acrescentando que Gustavo confiava na vilã.
Cada vez mais frustrada, Fátima volta a chorar: “Tu viste-me desesperada, viste-me a chorar, viste-me a perder tudo, viste-me a sofrer… E nunca estiveste do meu lado, nunca me contaste nada, nunca me ajudaste. És um monstro!”, acusa-o. “Eu tinha de proteger o meu irmão, Fátima”, atira Tomás, enquanto a amada avança para a porta: “Foi o Gustavo quem matou o meu irmão. E a Carlota foi cúmplice. Merecem os dois ir para a cadeia e não vou descansar enquanto isso não acontecer”. Ao vê-la a sair, o rapaz ainda salienta: “Não foi o Gustavo quem envenenou o teu irmão. O assassino não é ele”. Mas ela não lhe diz mais nada e ele senta-se, desanimado e a sentir que perdeu tudo.