
As gravações da nova novela já arrancaram, mas Renato Godinho não entrará logo nos primeiros episódios da trama da SIC. Em “Circo de Feras (nome provisório e cuja estreia está prevista para junho), o ator vai voltar a mostrar o seu lado mais camaleónico.
“Já estou a ensaiar a próxima novela da SIC. Posso adiantar que vai ser um marialva com tiques machistas, conservadores, antiquados, mas com alguma graça. Também com um lado muito sensível, porque tem uma relação familiar com a mãe que sofre de uma doença muito complicada. E isso mostra-me o outro lado dele”, afirma o ator, que adora oscilar entre a comédia e papéis mais densos: “Estou muito contente com a personagem porque não é nada unidimensional e tem ali matéria-prima para eu fazer uma coisa engraçada”.
Quanto a eventuais comparações entre o artista e esta nova personagem, ele assegura: “Não tem nada a ver comigo, graças a Deus”. Renato Godinho é uma presença regular nas tramas do canal de Paço de Arcos e, como tal, faz parte desta nova novela da SIC. “Fiz cinco novelas seguidas, mas depois fiz uma paragem [não integrou “Lua de Mel”]. Acho que agora é a segunda novela seguida [depois de “Papel Principal” que ainda está no ar]. Gosto da urgência da novela, da ‘ginástica’ brutal que dá a um ator se ele estiver recetivo a isso. E isso, depois, até se reflete no teatro.”
“Já não me apetece tanto”
O ator despediu-se no dia 21 de abril da peça “A Senhora de Dubuque”, que esteve em cena no Teatro da Trindade Inatel, em Lisboa. “Estou numa fase da minha vida em que cada vez mais me apetece ter tempo. Por isso é que escolhi fazer esta novela e não a próxima, porque no final do ano já tenho uma peça e iria ser televisão e teatro ao mesmo tempo. Fiz muito disso, já não me apetece tanto”, conta o artista, de 42 anos, acrescentando: “Preciso de ter tempo para não fazer nada, não ter horas, que era uma coisa de que tinha medo e fugia”.
Renato Godinho também deseja ter mais tempo livre para estar com o filho, Sebastião, de 13 anos. “Já é um adolescente, cada vez exige menos, mas exige mais intelectualmente. Tenho a sorte de ele ser um miúdo fantástico, portanto não é um desafio assim tão grande comparativamente com alguns pais que conheço. Tem sentido crítico, questiona e conversamos muito.”