A atriz emociona-se na apresentação do livro de João Francisco Lima, na Ler Devagar, em Lisboa. O filho do falecido ator Pedro Lima lançou ‘Jã Não Sou o Que Era Agora Mesmo’, uma obra poética, cuja primeira poesia é dedicada ao pai. Mas assista a este momento singularmente emotivo no vídeo em baixo
Fernanda Serrano começa por elogiar a obra do filho do falecido ex-colega e amigo Pedro Lima. Visivelmente comovida, a atriz refere que a obra revela “muitas inquietações, memórias bonitas”… Depois, Serrano afirma que “só uma família bem estruturada segue em frente sem se desmanchar”. Porém, faz questão de sublinhar que também “temos de nos permitir desmanchar”.
De recordar ainda que, antes deste evento, o próprio autor já tinha partilhado nas redes sociais o que, no fundo, levou para a sua obra. Ora recorde as suas palavras: “Eternizei os meus pensamentos, a minha intimidade, a minha existência no papel”. E, por isso, esta obra é, de acordo com João Francisco, “o registo fóssil das minhas emoções e questões existenciais”, “são perguntas sem resposta e perspetivas em desconstrução construtiva”.
Por fim, João Francisco acrescentou: “Espero que quem o ler se sinta mais compreendido, mais humano, menos sozinho.”
Mas voltando a esta sessão de apresentação, pode dizer-se que Fernanda Serrano estava, de facto, bastante comovida. No início da sua intervenção tinha a voz embargada da emoção. Mas depressa se recompos, focando-se na obra e enaltecendo o seu autor.
Fernanda Serrano elogiou os poemas de João Francisco Lima, o filho do ator que morreu a 20 de junho de 2020, a quem este dedica o primeiro poema da obra.
O primeiro poema do livro é para o pai
O próprio explicou: “Uns meses depois de o meu pai morrer, ele faria 50 anos, e meses antes eu comecei a despertar para a poesia, como uma forma de catarse”. E continuou: “O primeiro poema é dedicado a ele e aos 50 anos dele. A partir daí continuei a escrever por diversas razões”.
Aliás, João Francisco Lima partilhou com a audiência, em forma de aviso prévio, que “vai ser por vezes uma viagem desagradável mas gratificante ler este livro”.
De semblante tranquilo e a absorver aquele momento, João responde com serenidade à questão “como lidas com a saudade” do pai: “Com um sorriso”.
Ainda assim, João Francisco Lima revela, sem pudores, que recorre a ajuda. “Se tenho apoio? Sim, tenho uma psicóloga, com sessões quinzenais e um coach para me ajudar a olhar para o futuro”, contou.