Visivelmente abalada, Filomena Vieira esforça-se por ser positiva no dia-a-dia, tal como o filho, o cantor Angélico Vieira que morreu no dia 29 de junho, a aconselhou tantas vezes. Esta e tantas outras confidências são agora recordadas com a mágoa de quem sente que muito ficou por viver. “O sonho dele era ser pai, constituir família e fazer aquilo que eu não fiz”, confidencia, destroçada com a perda. “É o meu orgulho, não há dúvida que sim. Mas queria mais. Queria que ele fosse igual a muitos outros, que concluísse na totalidade o objetivo principal, que era reunir uma família”, lamenta, desgostosa de não o ver cumprir o desejo de lhe “encher a casa de netos”.
Ainda assim, Filomena agarra-se à postura positiva do filho perante a vida para ir buscar forças neste momento difícil. “Ele dizia mesmo: ‘Mãe, nós vivemos uma vez. Estamos cá todos num período de férias’”, recorda-se, sempre com a mágoa da partida prematura.”Ele não viveu o que tinha para viver”.