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1 – Ninguém parece capaz de travar este fado. Não sou sportinguista, mas tenho dado comigo a sofrer. Por uma razão simples: acho que um Sporting forte faz falta ao campeonato. Traz mais emoção. Gostaria, portanto, que (até certo ponto…) o Sporting fosse obtendo resultados condizentes com os seus pergaminhos. Por isso dei comigo cheio de curiosidade a ver o jogo do passado domingo, quando a equipa recebia em casa o Marítimo, e tinha a oportunidade de obter uma primeira vitória no campeonato, depois de duas falsas partidas (dois empates). Pensei que viriam embalados pela vitória (embora também sofrida) na Liga Europa. Mas, pelo menos, já tinham encontrado o caminho da baliza. Vibrei, pois, com o primeiro golo. Mal sabendo, embora desconfiando, do que estava para vir… Acontece que, com o resultado ainda a zero, o fiscal de linha anulou, mal, um golo ao Sporting. Estávamos ainda no início da partida, mas percebi logo o que iríamos ter no final, no que respeita a declarações de dirigentes. Sem surpresa, o presidente reafirma, mais uma vez, que a equipa perdeu por culpa do árbitro. E é triste perceber, sem grandes dotes de adivinho, que será assim até ao final da época. Ora, há coisas que, sendo eventualmente verdade, não são toda a verdade. Faltará em Alvalade um raciocínio básico, que me parece que Domingos já está a fazer, o que só abona a favor da sua honestidade.  O golo foi mal anulado? Foi. Foi escandalosamente mal anulado? Tenho dúvidas. É daqueles foras-de–jogo que podem, de facto, levantar grandes dúvidas aos árbitros naqueles microssegundos em que têm de decidir. Agora, o mais importante: mesmo sabendo que um golo pode dar ânimo a uma equipa, tem ou não tem uma equipa como o Sporting de arranjar argumentos para ir à luta e conseguir os golos que lhe faltam, ainda por cima com tanto tempo para jogar? Aqui é que me parece que o treinador viu mais longe do que o presidente, e foi claro: há jogadores abaixo do que lhes é pedido, ou mesmo exigido, a este nível e nesta equipa. E seria triste e redutor ouvir, todas as semanas, culpar o árbitro porque a equipa não marca golos ou porque os sofre. Mas uma coisa é certa. Não creio em bruxas, mas o Sporting é já um caso estranho. Parece vítima de um feitiço, vá para lá quem for. E é pena.

2 –  Vai ainda dar muito que falar o possível imposto sobre os ricos. Por um lado, saber se resolve alguma coisa. Feitas as contas, e caso resolva, vem a grande pergunta: quem são os ricos em Portugal? Somos tão pobres que a fava há-de sair a quem não a merece. Ou seja, considerar ricos cidadãos que não o são tanto quanto isso. Mais uma vez, quer-me parecer, há-de construir-se a casa pelo telhado, que é como quem diz, atacar um problema sem resolver um muito maior, que lhe está na raiz. Todos sabemos que não é pelas declarações ao fisco que se apanha quem quer que seja, a não ser os desgraçados trabalhadores por conta de outrem, que não têm outro remédio senão ver as suas contas transparentes. Mas todos nos recordamos de notícias de notórios milionários que declaravam ao fisco receberem… o salário mínimo. Nada menos que o salário mínimo. Sejamos claros: em todas as legislaturas se elege o combate à corrupção ou à evasão fiscal como a verdadeira batalha, sem a qual todas as outras estarão condenadas. O que continua a ser certo, e verdade. E que continua a ser praticamente impossível de concretizar. Ora, enquanto não se conseguir pôr em marcha uma verdadeira máquina que detecte e puna os abusos sistemáticos, os roubos que deram origem a tanta fortuna miraculosa, será moralmente duvidoso falar das taxas sobre “os ricos”. Todos os portugueses pressentem que muita gente continuará a escapar entre os pingos da chuva. Compreendo, por isso, em parte, a resposta de Américo Amorim, que recusa liminarmente a ideia, dado ser “um trabalhador”. Bem sei que há muitas dúvidas levantadas ao longo dos anos sobre eventuais formas como Amorim fez crescer a fortuna, mas parece-me evidente que ele obriga a dividir águas que não estão separadas e que poderão dar azo a grandes injustiças. Ricos são ricos (embora seja discutível a partir de que quantia), mas Amorim quer apenas lembrar que há quem seja rico porque trabalhou com afinco e honestidade para isso, e em muitos caso cria riqueza e empregos. Deverá ter o mesmo tratamento de quem se limitou a herdar, nada criou, desbaratou, ou apenas faz riqueza com acções especulativas de proveito próprio, sem um único benefício para o País?

Nota: Por vontade do autor, este texto não segue as regras do novo acordo ortográfico

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