É um dos poucos repetentes do elenco e está feliz com o desafio que lhe foi proposto pela TV Globo. José Wilker foi Mundinho Falcão na primeira “Gabriela”. Agora é o coronel Jesuíno na nova adaptação. “Na primeira vez, vivíamos no Brasil sob uma ditadura e tínhamos um compromisso muito sério em, de alguma maneira, protestar contra o estado das coisas da época. E o Mundinho Falcão era, digamos, o ponta-de-lança desse protesto, o homem que trazia, para a circunstância que se vivia, a novidade. Para mim foi importante nesse sentido”, começa por explicar o ator de 65 anos. “Agora faço rigorosamente o oposto. É um sujeito completamente instalado no conservadorismo, empenhado em manter as coisas como estão e… também me sinto confortável”, diz, entre risos. “Encontrei nesta personagem um sentido de humor, para mim como intérprete, que me diverte imensamente. Ele não tem nenhum limite na sua rabugice, no seu conservadorismo, no seu machismo.”
Define-se como o “preguiçoso que mais trabalha” que conhece, mas confessa: “Diverti-me muito. Se me tivessem convidado para reeditar aquilo que eu fiz, talvez não me interessasse tanto, mas para de repente me reinventar noutra personagem… foi muito divertido”.Sobre Mateus Solano, o ator que agora interpreta Mundinho, Wilker afirma: “Ele faz muito bem a personagem, ele é um ator muito disciplinado, focado. Isso não se faz, dar conselhos. Acho que ele é maduro bastante para seguir o seu próprio ritmo e enredo. Acho que ele está muito bem”.