Tinha 20 anos quando se estreou na televisão, como protagonista de “Riscos”, da RTP. Desde então não parou e, no currículo, entre séries e novelas, já integrou mais de duas dezenas de produções. Atualmente, vemo-la em “A Única Mulher” (TVI), como Concha. Atriz experiente e acarinhada pelo público, há uma característica que até hoje, com 37 anos, não perdeu: o ar de menina. “Quando era mais nova, isso irritava-me um bocado, mas agora não! Este ar vem-me talvez de um certo entusiasmo infantil e de um espírito jovem que tenho em mim e que espero ainda manter aos 70 anos!” Casada com o psicólogo Ricardo Duarte há 11 anos, garante que é “uma pessoa feliz” e agradecida por ter o marido como companheiro. “Tenho muitos momentos felizes, mas quando estou mais ansiosa ou angustiada, é ele que me acalma, que fala comigo. Sou muito dura comigo e não sei parar… Dá muito jeito ter um psicólogo em casa! Ele compreende-me e eu a ele.” Romântica por natureza, adora namorar e celebrar datas importantes. “Há duas: a do casamento, que está gravada na aliança, e a do dia em que ficámos juntos pela primeira vez como homem e mulher. Essa está gravada no meu coração e é aquela que todos os anos celebramos com uma viagem a Londres”, revela, emocionada. “Ficamos sempre no mesmo hotel, durante três dias, passeamos, jantamos e vamos ao teatro. Adoramos!” Apaixonada, afirma que espera celebrar ao lado do marido 50 anos de casamento e imagina ambos entusiasmados, a viajar com os seus cães. “O amor está nas coisas simples.” E no sexo também, admite, a rir: “Como boa ‘escorpiona’ que sou, valorizo muito o aspeto sexual! É preciso manter esse lado vivo e aceso, pois o sexo é o momento ideal para dois adultos se ligarem e partilharem carinho e afeto”. A viver com o marido numa casa nova e mais pequena em Sintra, onde tem uma horta, sente-se no lugar certo. “É o nosso canto, onde me sinto bem com a minha tribo, que é o meu marido, a nossa gata e os nossos cães.” A família mais próxima e os amigos são, para si, também muito importantes, e os momentos mais tristes que já viveu estão relacionados com o desaparecimento de pessoas de quem era muito próxima: “Tinha 16 anos quando o meu padrasto morreu de uma forma muito violenta e inesperada com um AVC [Acidente Vascular Cerebral]. Foi terrível. A morte da minha avó também me marcou: encontrei-a já sem vida no chão e isso é algo que não se esquece”. Mais recentemente, recorda, perdeu um amigo e colega de profissão, Rodrigo Menezes. “Custa a crer que já passou um ano… Ele morreu no dia de aniversário do Ricardo. Estávamos em plena festa quando recebemos a notícia, foi um choque. Agora é inevitável que sempre que o meu marido fizer anos eu me lembre do Rodrigo.”
A nível profissional, por outro lado, garante que está a atravessar uma fase feliz. “Estou encantada com esta novela. Sinto-me muito confortável na pele da Concha, que é uma mulher divertida e corajosa. Para além disso, tenho como maior rival na ficção uma amiga de há 20 anos, a Matilde Breyner [Mitó]. Rimo-
-nos muito quando gravamos e somos as maiores fãs da Mitó e da Concha.” Brevemente, na trama, a sua personagem vai ser mãe e tomar conta do seu filho e do da rival, o que lhe tem dado muito prazer: “Adoro aqueles dois bebés. São os mais fofos e simpáticos do mundo”, diz, “Às vezes, dava jeito que fizessem uma birra para uma cena ou outra, mas eles estão sempre a rir, bem-dispostos!” Satisfeita, desvenda: “A Concha vai ficar com a vida de pernas para o ar!”