Fátima Lopes tem aproveitado muito o seu tempo fora dos ecrãs para escreveu no seu blogue “Simply Flow”. Num texto escrito esta segunda-feira, 2 de julho, a apresentadora recorda uma memória que lhe é cara: a sua infância e juventude passada em Moçambique.
Naquilo que poderia ser uma ode à amizade, Fátima Lopes lembra, contudo, um momento duro desses tempos: o da diferença. “Foi fácil criar laços fortes com a garotada do bairro. O mesmo não aconteceu na escola, onde a cor da minha pele era um obstáculo. Lembro-me de não ter ninguém da minha turma para brincar no recreio, porque era branca. Depois de confessar à minha mãe a tristeza que sentia pela inexistência de amigos, ela pôs-se a caminho e conversou com o professor. Um homem notável que explicou às crianças o que havia a explicar. A partir daí fui aceite e foi na escola que aprendi as particularidades da cultura moçambicana”, lembra.
Visivelmente ultrapassado esse primeiro obstáculo, Fátima mantém presente a imagem de Maninha “um verdadeiro exemplo para mim. Super inteligente, com uma facilidade de aprender incrível, um sorriso contagioso e uma fibra única. Apesar de franzina, ninguém fazia farinha com ela. Virava a boneca com injustiças ou com gente gozona. Ficou-me registado e passei a fazer o mesmo”.
Regressada a Portugal afirma ter voltado também as amizades de sempre e faz um balanço positivo na atualidade. “Graças a Deus tenho amigos que se mantém há décadas na minha vida. Muito porque nos aceitamos e gostamos uns dos outros como somos”, conclui.