Começou no dia 9 de fevereiro a primeira de quatro audiências agendadas para o processo de violência doméstica movido por Luciana Abreu, de 36 anos, contra o ex-marido, Daniel Souza, de 41, no Tribunal de Cascais. A artista deveria ter comparecido em tribunal, mas na primeira sessão o advogado revelou que esta não estaria presente.
“A Luciana testou positivo à Covid-19 no dia 7 de fevereiro”, disse António Leitão antes de entrar na sala do tribunal atribuída a este julgamento. A justificação apresentada pelo causídico foi aceite e as audiências decorreram ao longo de dois dias, em quatro sessões à porta fechada, a pedido da representante do Ministério Público, tendo sido aceite pelo juiz, ao considerar que “a requerente é atriz e cantora, e a publicidade pode causar grave dano à dignidade das pessoas”.
Daniel foi o primeiro a ser ouvido, como arguido, assim como a sua irmã, Cristela Sousa, também ela alvo do processo instaurado pela estrela da SIC. Ana Micaela Medeiros, antiga assistente pessoal de Lucy, e que durante vários anos viveu na sua casa, também foi ouvida como testemunha, por videoconferência, em Santo Tirso, onde reside atualmente. Maria Odete Raposo e Manuel Correia, “os pais do coração” da artista, testemunharam, igualmente no primeiro dia, a favor de Luciana.
O balanço das primeiras sessões foi positivo para António Leitão, o representante legal de Luciana: “Não posso, como é óbvio, revelar o que se passou nas audiências mas, sim, dizer que o Daniel deu a perspetiva dele, a sua posição, e respondeu a todas as questões que lhe foram colocadas. Continuamos convictos de que aquilo que o Ministério Público colocou neste processo corresponde à verdade, embora a posição do Daniel seja contrária”. No final do primeiro dia de audiências a defesa também reagiu. “O balanço é bom”, começou por referir Rui Bacelar, o advogado do guia turístico. Questionado sobre o valor de indemnização pedido por Luciana Abreu aos arguidos, o ex-marido e a ex-cunhada, neste processo, disse: “A acusação pede 100 euros à Cristela e 3 mil ao Daniel”.
No segundo dia foram ouvidas todas as testemunhas indicadas pelo Ministério Público, a favor da estrela da SIC. Telma Campos, funcionária da cantora e babysitter das suas filhas, compareceu no tribunal, onde foi ouvida, acompanhada por Maria Odete Raposo.
No final das quatro sessões, António Leitão fez o balanço: “Acho que foi excelente! O dr. juiz conseguiu dar uma dinâmica que eu não estava habituado! Foram ouvidas todas as testemunhas, à exceção de duas da parte da defesa, que foram dispensadas, neste caso duas pessoas ligadas à televisão”, revelou.
A TvMais apurou que estas duas testemunhas são Cristina Ferreira e Júlia Pinheiro. As apresentadoras estavam arroladas como testemunhas em virtude das entrevistas e comunicados que Luciana Abreu fez nos programas conduzidos por ambas. Recorde-se que, no dia 14 de fevereiro de 2020, Lucy leu um extenso comunicado em “O Programa da Cristina”, na SIC, tecendo duras críticas aos pais, à irmã mais nova, Luíza, assim como ao antigo marido, Yannick Djaló, pai das suas filhas mais velhas, Lyonce e Lyannii. Nessa data nada apontou a Daniel Souza, quando no final de dezembro de 2019 já tinha apresentado uma queixa de violência doméstica contra ele na GNR de Alcabideche, após chamar os agentes da autoridade a sua casa. Além dessa queixa, a atriz que interpreta Rebeca na novela “Amor, Amor” acusou ainda o guia turístico de intimidação física, psicológica e invasão de propriedade. E foi através de um anúncio oficial que Lucy revelou a separação do pai das suas filhas mais novas, as gémeas Amoor e Valentine, de 3 anos, no dia 25 de março de 2020, através de um comunicado.
António Leitão revelou ainda que “o processo vai prosseguir para ouvir duas testemunhas, que são os agentes da GNR, e falta, claro, o depoimento da minha cliente, da Luciana. Além das alegações finais”, revelou António Leitão, revelando que serão agendadas mais audiências para este processo.
À saída do Tribunal de Cascais, no final da última sessão, no dia 10 de fevereiro, a TvMais falou em exclusivo com Daniel Souza. “Vim do Equador de propósito, para estar presente nas audiências agendadas para este processo. Poderia não estar, para que não reste nenhuma dúvida: quero confrontar e disponibilizar-me, dar a cara, mas, fundamentalmente, defender o meu bom nome, a minha honra e a minha dignidade”, afirmou.
Recorde-se que, além das próximas audiências do processo de violência doméstica, há ainda outro que envolve o ex-casal, movido pelo guia turístico, que quer ser ressarcido do dinheiro e investimentos feitos para a compra de uma casa.