Na tarde desta quinta-feira, 5 de maio, Manuel Luís Goucha recebeu no seu programa da tarde na TVI a jornalista Judite Sousa. Numa conversa intimista, Judite falou abertamente sobre a morte do filho, André, em junho de 2014, e justificou a pausa na carreira que fez há cerca de três anos: “Fiquei a fazer o meu luto, que não fiz há 7 anos atrás”, confessou.
Judite revela que, quando encerrou o vínculo com a TVI, por mútuo acordo, imaginou “que nunca mais iria fazer televisão”. Entretanto a jornalista regressou ao trabalho como pivô na estreia da CNN Portugal, em 2021, um regresso que afirma ter sido conversado com o médico que a acompanha: “Foi com base nesta opinião que eu decidi que deveria voltar a trabalhar”.
Sobre a pausa, Judite revela: “Aproveitei para viajar, durante a pandemia fiquei em casa, vi todas as séries, escrevi, li, e fiquei a fazer o meu luto, que não fiz há 7 anos atrás. Do André”, começa por confidenciar a Manuel Luís Goucha. “Quando o André faleceu, não houve ninguém, a começar pelos médicos, que dissessem que eu tinha que parar para fazer o luto do meu filho. Por isso eu voltei a trabalhar em setembro”, justifica. André morreu a 29 de junho de 2014 e Judite Sousa esteve afastada apenas dois meses. A jornalista afirma que as pessoas ao seu redor a aconselharam a regressar: “Devia voltar a trabalhar como forma de me salvar.”
Depois de 7 anos, Judite acredita que errou ao regressar logo ao trabalho. “O luto devia ter sido feito nessa altura”, revela, confessando que a pausa na carreira de quase dois anos foi importante para superar esta tragédia. “Acabei por fazer o luto durante estes últimos 3 anos.” Judite Sousa afirma que ainda sofre e sente falta do filho: “O tempo não resolve o problema de fundo, como é óbvio”, mas que neste momento ficam as boas lembranças da vida intensa que o filho teve: “O André era um ser excepcional.”
Judite Sousa confessa ainda que atualmente os seus melhores amigos são os jovens amigos do filho. “Os meus melhores amigos são estes jovens. Porque muitos outros amigos, pessoas que me acompanhavam há 40 anos, voltaram-me as costas”. A jornalista completa: “Não aguentaram o peso das minhas lágrimas”.