Catarina Furtado quebra o silêncio e reage às críticas que lhe foram feitas depois de se ter juntado a um protesto internacional com o objetivo de alertar para as manifestações que decorrem no Irão e nas quai, se reivindica mais liberdade para as mulheres, após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos.
A apresentadora de ‘The Voice’, da RTP1, foi amplamente criticada por ter cortado apenas uma ponta muito pequena do cabelo, ao contrário do que fizeram várias atrizes francesas, e viu o seu gesto ser considerado uma forma de “ridicularizar o protesto.” Por tal, decidiu agir e pôr o que fez em perspetiva.
“Depois de ter colocado um vídeo a participar na corrente mundial de apoio às raparigas e mulheres do Irão mortas e violentadas pela polícia moral, houve quem criticasse”, começa por escrever.
“Não aceito que se desvirtue o sentido maior de uma campanha que visa não deixar esquecer um tema tão urgente, por isso o retirei”, continuou, afirmando que não irá permitir nas suas redes sociais a presença de quem não é “verdadeiramente solidário e empático com o sofrimento”.
“Na minha casa virtual só entra quem é verdadeiramente solidário e empático com o sofrimento. Infelizmente sei bem do que falo, porque há 22 anos que trabalho estas violações dos direitos humanos, sobretudo com base no género”, assegura ainda, relembrando o facto de ser Embaixadora da Boa Vontade da Unicef e ter a sua própria associação, a Corações Com Coroa.
Catarina Furtado reage às críticas que lhe foram feitas, exatamente por todo o trabalho que vem fazendo em prol das meninas e mulheres de todo o mundo.
Polémicas aparte, no No Dia Internacional das Meninas e Raparigas, a apresentadora do canal público prefere alertar para temas importantes.
“Hoje lembramos todas as meninas e raparigas que, se nada fizermos, irão continuar a ser as vítimas das imensas oportunidades perdidas, dos compromissos adiados e das promessas esquecidas”, frisa.
“A gravidez e o parto são a principal causa de morte entre os 14 e os 19 anos, em muitos dos países em desenvolvimento. A maternidade adolescente e os casamentos infantis e precoces são uma não escolha, para muitas meninas e raparigas. São também elas as maiores vítimas de violência, assédio e exploração sexual e de práticas nefastas como a preferência pelos filhos rapazes e a Mutilação Genital Feminina que lhes retira o direito a uma vida plena e à autonomia corporal. São escravas sexuais, armas de guerra, vendidas para diminuir a despesa na alimentação, promessas de ‘tradições culturais’ que violam a sua dignidade e traçam um destino sem oportunidades. São vítimas da pobreza menstrual que as impede de ir à escola”, resumiu para que não houvesse dúvidas do caminho que ainda é preciso percorrer para a igualdade de género, em que todas as manifestações são importantes.