A passagem para uma vida a dois traz consigo algumas modificações na vida sexual de um casal. O casamento é um marco, não só em termos afetivos como também sexuais. Nos tempos que correm, muitos pares mantêm uma vida íntima ativa, durante anos, antes de darem este passo. Mas, ainda assim, quando um casal já se conhece bem sexualmente, algumas pressões psicológicas tendem a aparecem após o casamento e a resultar em problemas sexuais.
A pressão de uma boa performance sexual aumenta nesta fase. Enquanto são solteiros, ambos têm presente que, se algo correr mal, podem sempre terminar o namoro e partir para um novo relacionamento. Após o casamento, outros valores se levantam e já é mais complicado dar o assunto por terminado. Depois, há que contar ainda com os pressupostos de lealdade e fidelidade, com que nem todos são capazes de lidar e que podem ser um foco de grande pressão para homens e mulheres.
Iniciativa privada
A vontade de se ter relações sexuais num determinado momento não ocorre, de um modo geral, aos dois parceiros em simultâneo. Essa é uma decisão que envolve “negociações” e, na maior parte das vezes, a iniciativa é tomada de forma indireta, por exemplo, com a sugestão de um banho ou uma sesta. Para evitar a rejeição, muitos casais optam por clarificar o momento, combinando dias específicos da semana. E, apesar de, hoje em dia, a mulher ter um papel ativo, é ainda o homem que toma mais vezes a iniciativa: em 80% das vezes o primeiro passo é mesmo dado por eles.
Quantidade e qualidade
Uma das grandes dúvidas que se colocam é a frequência com que será “normal” o casal ter relações sexuais. Com o passar do tempo, é natural que o ato vá sofrendo alterações no capítulo da frequência. Apesar da falta de dados sobre o assunto, diversos estudos apontam para que, após o casamento, um par na casa dos 20 anos, tenha relações, em média, três vezes por semana. Depois, a frequência baixa com a idade. Mas devagarinho: um estudo americano revelou que entre casais na casa dos 50 anos, a frequência era ainda de uma vez por semana. Existem, obviamente, grandes variações a estes números. O mesmo estudo dava também conta de uma pequena percentagem de casais que não tinha tido sexo nos 12 meses anteriores. E porque a qualidade também é importante, a sondagem incluía uma pergunta sobre quanto tempo os casais dedicavam ao ato: apenas 9% fazia amor durante mais de uma hora, contra 16% que não ultrapassava os 15 minutos.
Vencer a rotina
Muitas são as razões que podem estar na origem de uma quebra na frequência de relações sexuais entre dois indivíduos casados. É natural que, à medida que a outra pessoa seja mais e mais familiar, seja menor a excitação. E para agravar a situação, com os dois parceiros a trabalhar, não é fácil conjugar a vida familiar – e íntima – com a profissional. E, por fim, mas não menos importante, há que considerar a chegada de filhos. Cabe aos casais tomarem medidas para vencerem a rotina e o aborrecimento na cama.
Na cama sem tabus
Longe vai o tempo em que determinadas práticas sexuais não eram incluídas no repertório de duas pessoas casadas, por serem consideradas pouco próprias de uma mulher honrada. O sexo oral, por exemplo, já passou a ser frequente. Um estudo norte-americano revela que mais de 70% dos casais não dispensa o cunnilingus e o fellatio. No que diz respeito ao sexo anal, são menos os adeptos, mas, ainda assim, estima-se que cerca de 20% dos casais adiram regularmente a esta prática.