Pode não parecer, mas o tema é complexo. É que “amar” e “estar apaixonado” não são sinónimos, embora, inacreditavelmente, o dicionário assegure que sim. No entanto, especialistas em comportamento gritam as diferenças, que não são assim tão poucas. A TeleNovelas mergulhou no imenso mar das emoções e explica-lhe como é que o coração verdadeiramente funciona quando se deixa encantar por alguém…Propomos-lhe, então, que olhe para “as coisas” tal como elas são.
Ficção versus realidade
Quando está apaixonada, olha para o outro como se ele fosse perfeito. De repente, à frente dos seus olhos está “aquilo” que sempre quis… Só que está a ver nele a pessoa que desejaria que ele fosse e não quem realmente é. Mas, quando ama, os pés descem à terra… Já sabe que essa pessoa tem defeitos, mas, ainda assim, olha para ela embevecida e valoriza-a… Já não é a perfeição em pessoa, mas sabe que é a pessoa perfeita para si.
Uma questão de tempo
Várias pesquisas afirmam que a paixão tem pouca duração: cerca de seis meses. Porém, há especialistas que sublinham que é impossível determinar a durabilidade do sentimento, mas há um consenso: a paixão é um estado, não um afeto permanente e irreversível. Essa condição pertence ao amor. A paixão é um sentimento muito válido, que lhe permite explorar um espetro enorme de sensações, mas é inegável que o amor é um sentimento mais nobre.
A paixão pode tornar-se amor?
Claro que sim. A paixão pode transformar-se em amor, quando o sentimento ganha destreza e maturidade. A quebra da fantasia e da projeção dá lugar à aceitação e à valorização da realidade, que é assimilada como o verdadeiro prémio da relação. O casal assume o quotidiano como uma garantia e o fogo da paixão vai sendo substituído pela serenidade.
A paixão é cega, o amor usa óculos
Quantas vezes se ouve a frase: “No calor da paixão, acabou por acontecer”. É que a paixão é cega e responde a instintos, que muitas vezes culminam em comportamentos irresponsáveis, como insistir num relacionamento abusivo. O amor, porém, faz-nos ponderar e apreciar o momento e visa procurar o melhor para nós, em vez de nos fazer atirar de cabeça sem ponderar as consequências. O amor apura a visão, na medida em que alarga perspetivas e pensa no bem-estar do parceiro. Por exemplo, em época de paixão, é frequente não haver prolongamento de carinho nas relações sexuais. Elas são o “aqui” e “agora”. Já no amor, a intimidade faz parte de uma história bonita para contar e há vida para além desses momentos. Depois do ato sexual, o casal valoriza gestos como dormir abraçado, um pormenor que, por vezes, escapa à paixão…
Sofrimento versus felicidade
A paixão é arrebatadora. Eleva-a ao êxtase, por isso mesmo, é tantas vezes sinal de sofrimento, porque se torna impossível arrumar na cabeça e no coração um espetro tão variado de emoções, que, num ápice, vão de um extremo ao outro sem pedir autorização. Já o amor é um sentimento puro e bonito, sereno, confiante, seguro… Tão cheio de estabilidade que não cabem tormentos nem turbulências.
- Saiba que… na Era Medieval, a paixão era considerada uma doença? O aparente estado de loucura classificava-a como um transtorno do foro psíquico. Mas, ainda à época, os verdadeiros românticos viam nela a única forma possível de se relacionarem amorosamente com alguém.