Foi com um abraço emocionado que Cristina Ferreira recebeu Ângelo Rodrigues em sua ‘casa’. A entrevista, previamente gravada, foi transmitida este sábado, dia 7 de novembro.
“Tinha de vir sem muletas para te impressionar“, começou por comentar o ator, em tom de brincadeira, antes de descer os degraus da entrada da Casa de Cristina e se sentar à conversa com a apresentadora da SIC.
“Não tive a real noção do impacto que o meu caso teve cá fora enquanto estive no hospital. Agora, começo
a tê-la. E tem acontecido uma coisa interessante: a necessidade das pessoas mais próximas de mim explicarem tudo o que as fiz sentir. Isso é enternecedor. Há uma onda de amor generalizado, a que eu não estava habituado e com a qual ainda tenho dificuldade em lidar”, começou por dizer o ator, naquela que foi a sua primeira entrevista desde que foi internado no Hospital Garcia de Horta, a 22 de agosto, com uma infeção generalizada.
Cristina recordou que as primeiras notícias que chegaram sobre o estado de saúde de Ângelo eram muito complicadas: “tu estavas em risco de vida”
“Comecei a sentir que o meu corpo me estava a falhar. Sempre fui o tipo de pessoa que quase nunca estive doente e quando fico pergunto a um amigo o que devo tomar”, revelou o ator de ‘Golpe de Sorte’. “Não
gosto de ir ao médico.”
“Nesse momento estava com uma carga de trabalho enorme, num stress profissional bastante grande e comecei a sentir febre, já estava com um principio de anemia, tinha quebras de força, estava um bocado em baixo”, contou, reconhecendo que nunca partilhou com ninguém o que se estava a passar. “Acho sempre que me posso valer a mim próprio. A minha experiência na vida é sempre um pouco solitária, mas nunca no mau sentido. Acho sempre que consigo dar a volta às coisas e ultrapassar todos os contratempos.”
Na altura, o ator revela que se sentia cada vez pior: “Tinha febre, vómitos e via que alguma coisa não estava bem. Achava que era uma gripe que não estava a passar. Disseram-me que os antibióticos só se manifestam três dias depois de os começarmos a tomar e que nos primeiros dias é normal sentirmo-nos pior. Ou seja, passou uma semana em que devia ter ido ao hospital e não fui.”
Ângelo reconhece que foi obrigada pelos colegas a procurar ajuda: “Estava a fazer um programa e a produção perguntou-se se estava bem para gravar e lá está, eu não consigo falhar profissionalmente com ninguém, ainda por cima trabalhando em televisão , o que envolve muitas pessoas. Sempre achei que conseguia fazer o programa até ao fim e eles aceitaram com a condição de, no final, ir ao hospital. E foi isso que aconteceu. Fui para o hospital e de facto e vieram que o meu quadro clinico estava péssimo e mandaram-me para casa em consciência, ou seja, eu é que quis ir para casa!”
Seguiu-se uma segunda ida ao hospital, mas desta vez Ângelo iria ficar durante semanas, até ter alta a 24 de outubro.