Durante dois meses Ângelo Rodrigues esteve internado no Hospital Garcia de Horta em Almada, após ter dado entrada com uma septicemia. A recuperação em tempo recorde do ator, contra os prognósticos dos próprios médicos, foi um dos temas abordados na conversa que o ator teve com Cristina Ferreira e que foi transmitida este sábado,
“Neste processo de cura é bom estar rodeado de pessoas que transmitem a energia certa”, disse Ângelo, falando da importância da positividade numa altura tão crítica da sua vida.
“Todo o cuidado que houve em não me dizerem o que aconteceu durante o tempo que estive lá ajudou-me bastante, Fiquei focado naquele que realmente interessava que era só a minha sobrevivência, a minha recuperação.” E foi o próprio ator que reconheceu não ter feito todas as perguntas e conscientemente
ter tomado a decisão de não saber tudo sobre o seu estado. “Havia algumas coisas que eu não queria saber porque era demasiada informação ao mesmo tempo.”
Emocionado, Ângelo revelou que sempre acreditou que ia recuperar a cem por cento: “Foi essa força indestrutível que eu encontrei algures entro de mim, foi isso que me alimentou e era uma característica que não conhecia em mim.”
Ângelo não teve acesso ao telemóvel durante semanas e o amigo Pedro, que esteve também no programa de Cristina, foi o grande responsável.
Esteve um mês sem saber o que se passava lá fora e se, de início, insistia para recuperar o objeto, com o tempo mudou de ideias. “Comecei a perceber, comecei a não perguntar tanto porque notei que a coisa tinha sido dura e comecei a aceitar. e essa foi talvez a melhor opção que tive – a opção consciente de não querer ter telefone e internet, o que, acredito, fez toda a diferença no meu processo de recuperação.”
Ângelo conta que saiu num tempo recorde: os médicos tinham avisado a família que devia passar o Natal ainda no Hospital e que só era provável receber alta em janeiro, mas o ator saiu a 24 de outubro. Uma situação ainda mais surpreendente porque, na verdade, Ângelo não foi sujeito a quatro cirurgias. “Foram sete”, disse a Cristina, a maior parte das quais durante o período do coma.
“A partir desse momento, em que deixo o hospital, parece que estou a começar a viver de novo, a ter uma segunda oportunidade”, disse ainda, mostrando qual a sua perspetiva sobre o futuro. Constatou que tinha duas opções na altura: “Vou ler tudo o que se escreveu, culpabilizar-me e chorar sobre o leite derramado ou focar-me no que interessa: a minha recuperação e a minha familia e os meus amigos?” E a sua escolha foi exatamente a segunda.