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Quem a conhece destaca-lhe a personalidade forte, o foco em tudo o que faz na vida e a ligação à família. Ligação essa que existe desde que nasceu, há 41 anos, bem perto de Mato Cheirinhos, arredores de Tires, Lisboa, e onde residiu nas primeiras três décadas de vida. “A Rute herdou da mãe o gosto pela cozinha. Ela com 7, 8 anos, já cozinhava, fazia de tudo. Ia aos livros da mãe para se inspirar”, conta uma amiga à TvMais. Mas o sonho da candidata de “Hell’s Kitchen” era outro e, para tal, ainda chegou a estudar Artes e Design. “Pouco antes de ir para a universidade começou a ganhar o gosto de trabalhar. Aliás, o primeiro trabalho dela foi com 15 anos, como servente, e juntou o dinheirinho dela para ir de férias no mês de agosto para o Alentejo. Ela sempre lutou muito pelos seus objetivos”, continua esta amiga. Por isso, acabou por desistir da universidade e passou mesmo por diversas áreas de trabalho, desde uma retrosaria a uma fábrica de agulhas, onde cresceu bastante. “Ela chegou a oficial de máquinas. Ao fim de seis meses lá já estava efetiva e a mandar em homens… até que a empresa abriu falência, aquando do 11 de setembro, e ela ficou sem trabalho”, explica a mesma fonte. Foi então que um casal de amigos a desafiou a fazer um part-time num restaurante. O gosto pela cozinha ganhou cada vez mais força e não mais parou. Tinha então 25 anos.
Passaram-se 16 anos e muito mudou na vida de Rute Palas. É que acabou por passar por outros restaurantes, chegou mesmo a ser dona de um bar, que se viu obrigada a encerrar, e ficou novamente sem emprego. Por esta altura, o mundo da concorrente desabou. Para além de estar desempregada, ainda viria a descobrir que estava grávida. E de gémeas! “Não foi nada programado e quando soube que eram duas foi um misto de emoções. Teve que gerir tudo a dobrar”, confessa uma outra amiga à TvMais, que viveu de perto estas dificuldades pelas quais a cozinheira passou. Para além dela, também o companheiro não tinha emprego. E não tem dúvidas de que Rute chegou mesmo a passar dificuldades graves. “Mas, atenção, foi tudo por orgulho. Aquilo que a Rute conta é que não queria que nada faltasse às meninas e que preferia tirar dela para lhes dar. Isso era uma preocupação. E é claro que deixou de comer o que queria para lhes dar a elas. Ela só não queria era que nada lhes faltasse. E o problema da Rute é que é muito orgulhosa e preferiu passar pelas coisas sozinha”, adverte esta amiga.
Foi poucos meses após o nascimento das meninas, hoje prestes a celebrarem 13 anos, que foi viver para o Alentejo, onde os pais já estavam. “A Rute queria dar-lhes um outro conforto. E foi o juntar o útil ao agradável.” Mal chegou, não tinha trabalho, mas não baixou braços. Foi à luta e arranjou logo trabalho num restaurante, onde esteve apenas duas semanas, uma vez que arranjou um emprego melhor, num outro espaço como ajudante de cozinha. Por lá ficou durante dois anos, até que o restaurante encerrou e teve de voltar a fazer-se à vida. Acabou a trabalhar no refeitório da Santa Casa, onde não viria a ficar durante muito tempo, uma vez que o dono do restaurante para o qual trabalha atualmente a viria a convidar para o Vila Mariscos, hoje um dos restaurantes mais conhecidos de Grândola. Foi, aliás, a própria quem criou a ementa do espaço, que é também um dos favoritos do chef Ljubomir Stanisic.
Mas, ao contrário do que se possa imaginar, os dois não têm qualquer relação de amizade… muito menos contacto permanente. “Aliás, tanto quanto sei, desde que as gravações do programa terminaram, eles ainda nem falaram”, refere um familiar à TvMais, que nos explica a real relação entre os dois. “Ele é um cliente normal, a quem ela dizia ‘bom dia, boa tarde’. Nunca se meteu com ela lá no restaurante, cada um mantinha a sua postura”, acrescenta.
Rute inscreveu-se no programa por acaso, mas nunca viu nenhuma versão original e tudo terá mesmo acontecido depois de Ljubomir Stanisic ter estado no restaurante. “Foi uma brincadeira. Um dos colegas dela disse-lhe que estava quase a começar o programa dele na SIC e explicou-lhe qual era. A Rute perguntou se podiam concorrer e esse colega disse para irem ver os requisitos. Nesse dia, ela foi para casa, viu tudo e inscreveu-se. Mas não disse nada a ninguém! Só o fez quando passou ao casting presencial, porque aí teve de pedir o dia para ir a Lisboa”, contam-nos ainda. E algo que a concorrente sempre quis deixar claro foi que já tinha servido o apresentador, dado que a produção soube desde o início e pediu também ao patrão que não contasse nada a Ljubomir. “Esse foi um ponto fundamental, até porque a Rute não sabia se ia ser selecionada ou não”, diz este familiar. Acabou por ser selecionada e logo na primeira prova o chef reconheceu-a e tentou sempre puxar por ela. Os amigos não têm dúvidas de que Rute fez de tudo para se superar no programa e dar o seu melhor. Independentemente das picardias que possam ter existido com o anfitrião de “Hell’s Kitchen”. “Ela no programa encarava-o como patrão e tinha de fazer o que ele queria. E foi complicado ao início, porque ela na cozinha dela é a líder, ali tinha de responder ao Ljubomir”, explica-nos uma amiga, que não tem dúvidas de que a concorrente regressou a casa com o sentimento de dever cumprido. “Ela aprendeu muita coisa e veio com um baú cheio de ideias”, referem-nos.