Em casa, o par encontra-se depois de ele ter ido jantar com a mãe e o novo namorado dela. O engenheiro admite que Paulo fez a sua sobremesa favorita, mas lamenta que ele se tenha atrasado. “Eu não me cruzei com ele… até porque ele foi ajudar a tua mãe com uma emergência no Bio, pelo que percebi. Tive pena da minha mãe. Ela ficou toda incomodada por saber que os teus pais estavam juntos”, afirma o engenheiro, deixando a companheira chocada. “São ciúmes, normal. Ela própria admitiu que isto ia ser um filme”, lamenta o rapaz. “Um filme que ela escreveu protagonizou e, já agora, dirigiu”, critica a advogada, com o namorado a pedir-lhe que não discutam, até porque se estão a referir à vida dos pais. “É a nossa também! Por causa da tua mãe, eu perdi a relação que tinha com o meu pai. Foi ela que se meteu no meio da minha família, portanto não me venhas falar em incómodos”, riposta Mia, fazendo com que o namorado se sinta na obrigação de defender a progenitora. “O que eles sentem um pelo outro só pode ser muito forte. Senão não se tinham separado, não iam começar a viver juntos…”, dispara. A rapariga fica chocada ao perceber que o pai vai viver com a namorada ainda sem se ter divorciado. “Ele não pode ir viver com ela! É ridículo, precipitado, imoral…”, frisa. A discussão instala-se. “Nós somos mesmo inocentes! Achávamos que podíamos passar pelos pingos da chuva quando nos caiu o teto de casa em cima! Porque é que estás a tornar normal uma coisa que é completamente incompreensível?”, critica a advogada. O namorado tenta amenizar a situação e ainda brinca, dizendo que qualquer dia são convidados para jantar lá em casa. “Nunca! Esquece! Eu nunca me vou sentar em modo enteada numa mesa com a tua mãe. Isso nunca vai acontecer!”, grita Mia. O engenheiro responde que está a ser infantil. “Paciência, é assim que eu sou! E não vou mudar só porque tu andas a desculpar a adúltera da tua mãe”, insiste a jovem.
É então que Afonso perde as estribeiras, grita com a amada, alegando que ela não fala assim de Helena, e deixa-a de lágrimas nos olhos. “Não consigo ver-te a pactuar com aquela relação! Não percebo! Juro que não percebo a leveza com que consegues aceitar o que está a acontecer. Isto não te afeta. Dizes que sim, mas, no fundo, não perdes um segundo do teu sono por causa desta situação”, refere a jovem, desabando num pranto. “Quem está cansado, sou eu. E tens razão, afinal, o nosso amor não é assim tão forte. Para mim, chega, acabou”, termina ele, também a chorar.