Foi muito emocionada e de lágrimas nos olhos que a fadista recordou, na sessão, os acontecimentos do fatídico acidente. Porém, pouco tempo depois, à saída do tribunal, mostrou-se animada e bem-disposta. Cristina Branco – Chora em frente ao juiz e ri-se com as advogadas.
“Tenho a certeza de que travei, mas deu-se o embate”
A fadista, que requereu a abertura de instrução, foi a primeira a ser ouvida em tribunal, começando, a pedido do juiz, por descrever o acidente. “É bastante penoso e há um momento que não recordo. Eu ia de Santarém com a minha filha, tinha acabado de entrar na A1. Ela ia a ouvir música e eu estava a monitorizar o controlo de velocidade com a mão direita quando vejo umas luzes vermelhas à minha frente. Lembro-me de colocar a mão direita no peito da minha filha e de dizer ‘vamos bater’. Tenho a certeza de que travei, mas deu-se o embate”, relatou, em primeiro lugar, emocionada, Cristina Branco.
“Lembro-me de colocar a mão direita no peito da minha filha e de dizer vamos bater”
Cristina Branco
“A sensação foi de que tinha batido contra uma parede”
“A sensação foi de que tinha batido contra uma parede. Liguei os piscas, dei a volta ao carro para tirar o cinto à minha filha, e fomos para o lado direito, sem perceber que ia para o separador central. Como deixei tudo no carro, liguei para o 112, mas estava impedido. Fiz uma chamada para o meu companheiro [agora ex-companheiro] e pedi-lhe para ligar para o 112 porque tinha tido um acidente e estava impedido. Voltei a fazer nova chamada para o 112 e disseram-me que já tinham conhecimento do acidente” , explicou, em seguida. Com a voz embargada por recordar o trágico final de tarde do dia 5 de dezembro de 2020, revelou que estava tão confusa que só quando falou com o 112 é que percebeu que o seu carro estava em sentido contrário.
“O meu instinto foi proteger a minha filha”
Já sem conseguir controlar o choro, a fadista recordou: “Estava a agarrar a minha filha e a falar com o 112 quando um carro [o de Sara Carreira] se aproxima e bate no meu, passando depois por cima de nós e parando perto de onde nos encontrávamos.” A cantora realçou que, embora a frente do seu carro estivesse “desfeita”, o mesmo estava iluminado, através dos retrovisores e faróis de trás. “Tinha a minha filha nos meus braços e estava a falar com o 112. Não podia deixar a minha filha sozinha para ir à bagageira tirar o triângulo. O meu instinto foi proteger a minha filha”, disse, em seguida, explicando por que não sinalizou o acidente, como manda o Código da Estrada.
“A Margarida tinha muitas dores na mão”
Depois de Cristina Branco foi ouvida a testemunha por si arrolada, o compositor Nuno Rocha, que à data dos factos era seu namorado e o dono do carro acidentado. Nas declarações que prestou confirmou o telefonema feito pela então companheira e que ela estava “muito nervosa, mas bem, e que Margarida [a filha, que tinha 11 anos] tinha muitas dores na mão”.
Acrescentou, em seguida, que ligou para o 112 e foi informado de que já “estavam a ser enviados meios para o local do acidente”. Nuno Rocha e Cristina Branco chegaram em separado ao tribunal e, depois de ser ouvido no debate instrutório, o compositor foi dispensado. Por isso não saíram juntos. Com um estado de espírito bem diferente daquele que apresentou na sala de audiências, a fadista deixou o local com a sua representante legal, Carmo Afonso, e uma outra advogada muito bem-dispostas e a rirem-se. Contudo, nenhuma quis prestar declarações.
Percorra, em seguida, a galeria de fotos. Cristina Branco – Chora em frente ao juiz e ri-se com as advogadas.
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