Os últimos meses têm sido uma montanha-russa de emoções para o ator. Enquanto gravava “Sangue Oculto”, começou a travar uma luta em tribunal contra a ex-namorada, Susana Silva. Ela diz ter sofrido agressões psicológicas e físicas por parte dele, acusação que o Olavo da novela da SIC sempre negou. Aliás, Cerdeira diz ter sido alvo do mesmo tipo de agressões e processou a empresária com quem esteve durante nove anos. Apesar da situação delicada, o ator tem-se dedicado à sua nova vida. Mudou-se para uma casa nova, entre o campo e o mar, e fortaleceu as amizades. Os seus cães também lhe fazem muita companhia. António Pedro Cerdeira assume: “Nunca me sinto sozinho”.
Fez anos a 1 de junho. Gosta de celebrar esse dia?
Gosto de fazer anos, mas também me custa vê-los a passar. São 53. Ainda hoje vi uma notícia de alguém com 71 anos que teve um problema de saúde e começo logo a fazer contas… Mas quero cumprir a coisas que quero fazer.
Quais são esses planos?
Viajar, por exemplo. E, a nível profissional, queria fazer mais teatro e séries internacionais. O ano passado fiz uma na Madeira, “Os Abandonados”, com o Marco Delgado. Gostava de fazer mais coisas fora de Lisboa. A nível pessoal, falta-me viajar e descobrir sítios, porque em termos de vida estou bem. Consegui a casa que queria, no sítio que queria, com as condições que queria. Tem vista para o mar! E agora estou a usufruir. Estou a decorar a casa.
Gosta de decoração?
Adoro! Ainda ontem estive a pintar. Tinha uma coisa lá na casa de banho que não gostava e mudei. E preciso fazer mais coisas. Decorei a casa toda de alto a baixo. São dois pisos.
Fez tudo sozinho?
As pessoas vão lá a casa e dão alguns conselhos, mas sei aquilo que quero fazer. Falta-me um quarto, mas tem de ser com os meus “putos”, que é para eles personalizarem. De resto está tudo. Decidi fazer um espaço zen com uma chicha (acho o objeto giríssimo). Tenho a sala estilo lounge, com luzes e até uma bola de espelhos à antiga. E depois estou a ver o mar, o que é um sonho. Ainda hoje andei a passear com os meus cães a curtir e a ver o mar. Praticamente não saio dali. Vou à Malveira da Serra, ali perto, vou às feiras comprar legumes.
É reconhecido nas feiras?
As pessoas conhecem-me e eu também as conheço, tenho os telefones delas e tudo. Às vezes até fico a dever de uma semana para a outra.
Falou sobre os seus filhos, que já são jovens adultos…
O Afonso acabou de fazer 18 e o Lourenço faz 22 anos. Tenho dois adultos. E comportam-se como tal. O mais novo estava a ligar-me para ir com ele amanhã, porque precisa de ir tratar do passaporte. O Afonso está a estudar na Polónia.
Como é para si viver sozinho?
Estou muito bem comigo e com os meus cães. Esta casa até tem condições para viver com outra pessoa, pois dá muita privacidade a cada um. Isto se um dia tiver de voltar a viver com outra pessoa, mas acredito que sim. Mas não ando à procura. Tive a relação que tive, conturbada, como é público, mas se tiver de acontecer, acontece. E nunca me sinto sozinho. Estou sempre a ser convidado para jantar ou almoçar com os vizinhos. A Malveira [da Serra] é um sítio muito especial. É tudo muito familiar. Tratam-me como se vivesse lá desde sempre. Convidaram-me para ser padrinho das marchas deles.
Depois de um ano de gravações da novela “Sangue Oculto”, que balanço faz?
Fiquei apaixonado pelo papel. Tive muita sorte com a contracena, quer da Sofia [Alves], quer da Luana [Piovani], como da Sara [Matos], com quem trabalhei mais. Gostava da história. A novela fazia-me recordar as antigas, quando se chamavam novelão. Só tenho pena de que não tenha sido gravada nos sítios fora. Isso dá outra força.
Percorra, por fim, a galeria de imagens do ator. António Pedro Cerdeira assume: “Nunca me sinto sozinho”.