Em agosto de 2013, o mundo de
Tatiana Madureira desabou. Duas semanas após lançar o seu quarto álbum, a cantora de 31 anos teve a pior notícia da sua vida: tinha um cancro.
“Estava a trabalhar e senti uma dor muito forte na zona abdominal. Fui para o hospital e tive de ser operada para retirar a uma massa que se formou ao pé do apêndice. Algum tempo depois, vieram os resultados da análise dessa massa. Era maligna”, conta a jovem, emocionada, por ser a primeira vez que fala abertamente da doença que quase lhe ceifou a vida.
Só há alguns meses é que Tatiana se começou a referir ao grave problema de saúde que a afetou como cancro. Nunca, enquanto lutou contra a doença, pronunciou essa palavra.
“E não deixava que ninguém a dissesse à minha frente!”, acrescenta.
Imediatamente a seguir ao diagnóstico, iniciou os tratamentos de quimioterapia e essa foi a fase mais complicada, pois perdeu os seus longos cabelos negros, a sua imagem de marca.
“Foi tão difícil olhar–me ao espelho sem cabelo… Aliás, eu nunca andei com a cabeça descoberta, usava perucas, gorros, lenços. Até quando estava sozinha”, recorda, em lágrimas. Tatiana não quis passar pelo sofrimento de ver o cabelo cair gradualmente, então decidiu rapá-lo antes que isso acontecesse.
“Fui a um cabeleireiro que não conhecia com duas amigas minhas. Foi um dia triste e carregado de emoções, uma delas começou a chorar, eu também chorei. Guardei o cabelo que cortei e ofereci aos meus pais”, conta.
Durante os tratamentos a cantora refugiou-se em casa.
“Nessa altura, estava a viver em Lisboa. Os meus pais vieram ter comigo para me apoiar. Ia aos tratamentos, no Hospital da Luz, e voltava para casa. Passava os dias a ver filmes. Não queria ter contacto com ninguém. Nem à internet ia, não queria saber de nada”, diz.
A sofrer com os efeitos debilitantes da quimioterapia, a jovem chegou, por diversas vezes, a pensar que o pior ia acontecer.
“Tive medo de morrer. Passou-me tudo pela cabeça. E, segundo os médicos, só não morri porque o cancro foi detetado a tempo. Provavelmente, se naquele dia não tivesse ido ao hospital ver o que era aquela dor hoje já não estivesse aqui…”, solta.
Isolada do mundo no período mais crítico, Tatiana contou apenas com o apoio dos pais e dos familiares mais próximos. E não se cansa de elogiar a mulher que lhe deu vida.
“A minha mãe foi o meu grande pilar. Ainda o é, mas naquela altura foi incansável. Sempre tivemos uma ligação muito próxima e ela deixou o trabalho, a casa dela, tudo, para me acompanhar e para tratar de mim”, afirma.
Hoje, totalmente curada da doença, além da mãe e do pai, tem outro grande apoio: o namorado, Carlos, com quem vai casar-se dentro de três meses.
“Já nos conhecíamos há anos! Mas há cerca de seis meses tornámo-nos mais cúmplices e apaixonámo-nos. Vamos casar-nos em maio e estou muito feliz por ter encontrado uma pessoa como ele. Nunca senti por ninguém o que sinto pelo Carlos”, conta.