O ator que faz o apaixonado Dinis de “Poderosas”, SIC, não é nenhum novato na representação. Tomás Alves estreou-se em televisão aos 16 anos, mas começou “por acaso”, quando fez um curso de representação, motivado pela mãe, professora de Português. A experiência correu tão bem que acabou por se matricular na Escola de Teatro de Cascais. Aos 25 anos, o ator diz que a vida no palco “é uma terapia” para quem, como ele, “sofre” de timidez. Mas coragem não lhe falta. Recentemente, viveu uma verdadeira cena de novela quando teve de saltar de um terceiro andar para salvar uma criança.
Disse numa entrevista recente que a sua avó vê todas as suas novelas. É a sua maior fã?
Ela e os meus pais são os meus maiores fãs. A minha mãe tem uns dossiês carregado de entrevistas e artigos de revistas sobre mim que vai procurando na internet. O meu pai coleciona vídeos e grava os meus espetáculos.
O gosto pela representação veio de família?
Não, veio por acaso. Estava no 9º ano, não fazia ideia do que ia fazer a seguir mas já gostava muito de música. E, entretanto, a minha mãe, que é professora de Português, convidou-me para um curso cujos professores eram finalistas da Escola de Teatro de Cascais. Infiltrei-me naquele curso e correu muito bem. Fiz as provas para a escola e entrei.
O Dinis é o seu primeiro papel como protagonista. Está preparado para
o assédio do público?
Sinto que as pessoas me reconhecem mais, mas é tranquilo. Também estou no meu canto, disfarço-me sem querer, ponho os óculos e as pessoas não me reconhecem tanto. Sou naturalmente tímido, guardo-me atrás das personagens para poder me soltar.
Como é que alguém tímido é ator?
Acho que todos temos de nos equilibrar. Quando tinha 6 anos, o meu pai foi trabalhar para Madrid e tivemos de nos mudar para Espanha. Lembro-me de ter vergonha até de pedir um copo de água. Foi uma mudança brusca na minha vida e tive de lutar contra isso. Acho que é uma boa terapia trabalhar nesta área.
Ficou em Madrid até aos 10 anos. Trouxe alguma coisa de lá?
“La musica”! Comecei a tocar aos 7 anos, influenciado por amigos.
Gostava de voltar para Espanha?
Muito mesmo. Há um mercado de representação um bocadinho maior e interessava-me explorar isso. Aproveitar que sei a língua, acho que consigo convencer que sou espanhol.
Está a preparar uma banda com o seu irmão e um amigo.
Sim. Estive nove anos numa banda, Os Katarthi. Este é um projeto novo. O Pedro Leitão canta, o meu irmão, André, toca bateria e eu faço segundas vozes e também toco. Já temos temas para um pequeno CD.
É por isso que anda sempre com a guitarra nos estúdios?
Também. Penso que aborreço os meus colegas. Eles não se queixam, mas… (risos) A verdade é que me ajuda a descontrair. Para além disso, o Dinis também toca. É uma característica minha que me pediram para incluir na personagem.
A Joana Ribeiro, a atriz que faz de Luísa na novela, irrita-se quando canta?
Acho que não. Ela acostumou-se quando fizemos a viagem à Malásia para o arranque da novela e percebeu que eu não ia largar a guitarra (risos).
Vocês não se conheciam. Como criaram laços para estarem apaixonados na história?
Este casal tem uma paixão assolapada. Tivemos ensaios e exercícios que se costumam fazer em teatro para encontrar essa cumplicidade. E a viagem também serviu para ficarmos mais próximos.
Qual foi a última vez que fez uma loucura?
Foi há uns dias. Saltei de um 3º andar para salvar uma criança. Ela estava fechada dentro de casa. Na altura não se pensa na loucura.
Teve medo?
Não. Só depois pensei que me podia ter acontecido alguma coisa.