Um ano de emoções fortes é o mínimo que se pode dizer do 2017 que tiveram Luísa e Salvador Sobral. A primeira escreveu e o segundo interpretou a música que virou o festival Eurovisão da Canção de pernas para o ar – recusando facilitismos, extravagâncias ou luzes que desviassem a atenção, os irmãos deixaram que fossem a voz e as palavras a ocupar o papel principal e com isso venceram não só o festival, como inúmeras outras distinções.
A mais recente é o prémio Martha de la Cal, atribuído pela Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP), “pelo que [os artistas] fizeram ao recolocar a qualidade e o sentimento como fundamentos para a música popular, ultrapassando a musicalidade fácil e insossa normalmente associada à pop“. No comunicado divulgado esta quarta-feira, a AIEP refere que Portugal ocupou um lugar de destaque em 2017, “com a saída do défice excessivo, com a presença de portugueses no mais alto lugar das Nações Unidas e na direcção do Eurogrupo, com a coragem dos bombeiros que lutaram contra as chamas em duas tragédias“, mas que nenhum chegou tão alto como Luísa e Salvador.
Antes dos irmãos, outras figuras das artes tinham arrebatado o troféu, como o cineasta Manoel de Oliveira, o músico Carlos Paredes, os fadistas Mariza e Carlos do Carmo, a pintora Paula Rego ou os escritores Miguel Torga e José Saramago. O ano passado o prémio foi atribuído a Fernando Santos, treinador da Seleção Nacional de futebol.