Todos vivemos tempos estranhos. A pandemia obrigou-nos a adotar um estilo de vida que nunca pensámos e a ter cuidados extra de segurança nas mais diversas situações. E, por isso mesmo, Cláudio Ramos mostrou-se extremamente revoltado com a multidão que hoje, 29 de outubro, se juntou para ver as ondas da Nazaré. Leia o texto do apresentador:
“Era agarrar um a um metê-los dentro de uma sala e explicar que enquanto eles fazem esta estupidez, há avós que não abraçam os netos. Há pais que estão afastados dos filhos. Há profissionais de saúde esgotados. Há professores a fazerem de pais e pais a fazerem de professores. Há crianças que não podem ser crianças como eles foram.
Temos a nossa terceira idade sem perceber o que se passa em muitos lares à espera de dias melhores e os seus colaboradores a correrem riscos todos os dias. Há gente sem trabalhar. Há gente sem ganhar dinheiro. Há uma economia a estagnar e se fosse preciso, era fazer-lhes um desenho onde eles entendam que há gente a morrer, caramba!
Mas pensando bem, se eles acham mais importante que tudo isto irem ver ondas gigantes, não sei se entenderiam. Posso ser só eu a pensar assim, mas palpita-me que além de egoístas a imaturidade, a ignorância e a irresponsabilidade destas almas é bem maior que as ondas da Nazaré!
Depois restringimos a circulação para que as pessoas não possam visitar os seus no cemitério e vamos juntos repensar o Natal. Enfim!Façam tudo para terem uma quinta feira segura. Por vocês e pelos outros, que andamos todos cá para ser felizes!”