
O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa voltou a ser palco de mais um reencontro entre Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho, que desde 2013 estão envolvidos em vários processos de violência doméstica, difamação, ameaças e calúnias, entre outros. Desta vez, em causa estava um facto que não constava do processo inicial – em que a apresentadora da SIC acusa o ex-marido de vários crimes cometidos ainda durante o casamento –, tendo sido acrescentado à acusação a posteriori, a pedido do Ministério Público.
Esse facto remonta ao dia 14 de outubro de 2013 e Bárbara alega que, nessa tarde, o pai dos seus dois filhos, Dinis, de 16 anos, e Carlota, de 12, lhe terá feito uma ameaça de morte, algo que a levou a tomar a decisão de mudar as fechadura da porta de casa e ter finalmente coragem de se divorciar do professor de Filosofia. Segundo consta, perante a ameaça da separação, Carrilho terá dito à ex-mulher que se ela avançasse para o divórcio a atiraria das escadas, ela cairia e bateria na escultura de ferro do seu pai que ali se encontrava, morreria e todos iriam ao seu enterro.
Para João de Brito, o novo advogado da apresentadora, Manuel Maria Carrilho era um homem ilustre que nunca soube ter para com a ex-mulher uma atitude em conformidade com o que aparentava ser. “A sua moral não está ao nível do seu estatuto intelectual”, explicou à juíza Joana Ferrer, que continua a conduzir este caso. O Ministério Público reitera a “condenação do arguido pela prática de um crime de violência doméstica, englobando todas as situações de agressões físicas e psicológicas”.
Desgaste e sofrimento
Como se sabe, este processo voltou para as mãos da juíza Joana Ferrer por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, para, então, ser acrescentando e julgado esse facto em falta. Manuel Maria Carrilho foi absolvido em primeira instância dos crimes de que é acusado e a defesa de Bárbara Guimarães já perdeu a esperança numa condenação do antigo ministro da Cultura.
“Não vai acontecer. A sra dra juiz mantém a sentença porque é uma mulher de convicções. E a convicção é das coisas mais importantes do caráter humano”, afirma João de Brito, acrescentando: “A sra juiz não pode mudar a sentença porque, senão, ficava comprometida a sua integridade de caráter e a sra juiz é uma pessoa íntegra”.
No entanto, esta ida ao tribunal não foi em vão, já que a apresentadora, embora tenha perdido a fé, luta até ao fim das suas forças para ver o ex-marido condenado. “Vale sempre a pena lutar para que seja feita justiça”, frisa o seu advogado. Recentemente, numa entrevista a Júlia Pinheiro, Bárbara Guimarães falou do desgaste e das consequências negativas do escândalo do seu divórcio, dando a entender que o cancro da mama que enfrentou se desenvolveu à conta de tanto sofrimento. “Acho que não é por acaso que, sete anos depois, o corpo diz: Olha, tens aqui um assunto para resolver porque o corpo já não aguenta”, disse.