O projeto “Não há idade para o Sonho” foi lançado em setembro passado, pela apresentadora Júlia Pinheiro, no Blogue Júlia. Inspirada pelo Dia Mundial do Sonho, comemorado a 25 setembro, e pela necessidade de contrariar os dias cinzentos que vivemos, a iniciativa propunha-se a concretizar um sonho concreto e que fizesse a diferença na vida dos portugueses com 40 ou mais anos. As participações foram feitas via email e o vencedor foi anunciado no dia 25 de setembro.
A iniciativa superou, contudo, as expetativas: Júlia Pinheiro recebeu centenas de emails com sonhos, muitos deles adiados a termo incerto, pela pandemia e o projeto foi, por isso, prolongado. Desde setembro passado, um sonho é concretizado por mês e divulgado no Blogue Júlia.
Carlos Valente, um homem de 60 anos, estava prestes a ficar sem o seu negócio de venda de peixe pelas aldeias, quando a carrinha avariou de vez. A filha escreveu, em segredo, com o desejo de ajudar o pai e evitar a reforma antecipada de um homem habituado a trabalhar a vida inteira. Sonho: Carlos já tem uma carrinha.
Vítor Cunha, 42 anos, cuidador da mãe que depende de ventilação e oxigénio para viver, sempre adiou a carta de condução por motivos financeiros. Mas as quantias astronómicas que tem pago em táxis para transportar a mãe para o hospital fez com que tentasse a sua sorte e enviasse um email à apresentadora de televisão. Sonho: Vítor já está a tirar a carta de condução.
Patrícia Dias, 41 anos, enfermeira em Abrantes, tem vivido situações muito complicadas. Sente que supera as dificuldades graças ao apoio do marido, “um homem maravilhoso”, atento e com quem divide as tarefas e os melhores e menos bons momentos. Foi por isso que se candidatou à iniciativa: para poder retribuir tamanha felicidade que o marido trouxe à sua vida e oferecer-lhe o tão desejado curso de fotografia. Sonho: O curso vai acontecer após o confinamento.
Estes foram alguns dos sonhos concretizados pela ação “Não há idade para o sonho” a partir das cartas recebidas até setembro passado.
“Tem sido muito gratificante fazer a diferença na vida das pessoas, especialmente nesta altura tão complicada que vivemos. Estes ‘sonhos’ são apenas o ‘empurrão’ que às vezes falta na vida para continuar a prosseguir caminho com energias renovadas. E desse ponto de vista, julgo que a iniciativa tem cumprido a sua missão”, refere Júlia Pinheiro.