É com um sabor agridoce que José Carlos Malato se despede de 2021: não contraiu o vírus da Covid-19 e nem teve qualquer familiar infetado, mas os primeiros meses do ano foram uma espécie de montanha-russa. “Houve uma fase em que passei por altos e baixos”, começa por explicar a estrela da RTP1, e desabafa sobre o que passou durante o segundo confinamento: “Foi difícil porque me senti muito deprimido, desmotivado, sem vontade para fazer nada e com dificuldades em dormir. Passei mal por ficar tanto tempo em casa”. Foi, então, que procurou auxílio nos especialistas. “Como sentia que não estava bem precisei de ajuda e foi o que fiz. Fui a várias consultas de psiquiatria, mas também fiz algumas terapias alternativas e continuo a fazer para conseguir lidar melhor com esta nova realidade.”
Após vários meses a lutar contra a depressão, Malato diz que, agora, está bem. “Quando chegou o verão e tive mais trabalho já me sentia melhor. A pandemia fez muito mal às pessoas e quem tinha uma vida mais agitada, como era o meu caso, foi mais complicado lidar com o confinamento, apesar de eu ter a minha família por perto.” O apresentador adotou novas rotinas e mudou o seu estilo de vida. “Agora já consigo dormir bem e passei a deitar-me cedo, às 22 horas. Mas também acordo cedo, às 10.” Além disso, está empenhado em perder os quilos a mais que ganhou durante o confinamento. “Engordei bastante porque comia tudo e mais alguma coisa. Há dois meses, aproveitei dois dias em que não comi para fazer uns exames clínicos e iniciei a dieta do jejum intermitente. Já perdi 9 quilos. Faço a minha última refeição às 20 horas, que normalmente é uma sopa, e depois só volto a comer no dia seguinte ao meio-dia. Tenho uma vida mais regrada e tomo cuidado com a alimentação porque a cardiologista também me recomendou isso.”
Palhaço do circo
José Carlos Malato é uma das estrelas do “Circo de Natal” da RTP1, que vai ser emitido a 24 de dezembro ao serão. “Em anos anteriores dancei e cantei, só que desta vez disse que gostava de ser palhaço”, conta, e recorda um episódio de infância: “Apesar de não festejar o Natal durante muito tempo porque fui testemunha de Jeová até aos 18 anos, recordo-me de em miúdo ter ido uma vez ao circo em Porto Salvo [Oeiras] e ter ficado triste porque era pobre. No entanto, percebi que o espetáculo tinha artistas talentosos, mas que nos intervalos vendiam pipocas e outras coisas. Foi uma lição que tirei para a vida”.
Concurso no sapatinho?
Continua a fazer todos os programas não diários, como as galas e os especiais, além de ser um dos rostos de “Aqui Portugal”, ao sábado, mas não esconde que um dos seus desejos para 2022 é voltar a ter uma presença diária no pequeno ecrã: “Estou bem e entusiasmado com o futuro. Gostava muito de voltar a apresentar um concurso. Não sei se será possível, mas fica a dica para a Direção de Programas. Tenho disponibilidade para trabalhar para qualquer canal da RTP porque sou um ativo da estação pública e podem sempre contar comigo para o que for preciso”. Este ano, por causa da pandemia, não vai estar a trabalhar na noite da passagem de ano. “Vou ficar com a minha família, assim como no Natal”, conclui.