Numa entrevista intimista concedida a Daniel Oliveira no estúdio do programa das tardes da SIC, a apresentadora falou, entre outras coisas, no papel de cuidadora da mãe, Áurea Pinheiro, que sofreu um AVC severo em 2019. “A minha mãe, hoje, tem uma condição muito frágil e tenho de estar com ela o máximo de tempo que posso e depois vir para aqui [SIC]. Às vezes, fico um bocadinho ‘apertada’ cá dentro. Tenho de me ir embora e percebo que ela gostava que eu ficasse mais tempo”, confessou. Na entrevista, Júlia Pinheiro abriu o coração sobre a saúde e a relação com a mãe.
Segundo a apresentadora, os papéis de mãe e filha foram invertidos. “Sou cuidadora da minha mãe, sou responsável por ela, que é uma situação que a vida nos deve preparar. Mas quando chega é sempre muito difícil. Ela agora é minha filha e eu sou a mãe dela, é ao contrário. Não que na balança da nossa relação isso se sinta dessa forma. A minha mãe é uma senhora e tinha dado um belo general num exército qualquer. Percebo que ela queria mais tempo comigo e não temos”, confidenciou em seguida. “Tem 85 anos e marcou-me muito ao longo da vida. Mas agora isto de ser eu a tomar conta dela é muito estranho. Ela tomava sempre conta de mim. Era autoritária, muito disciplinadora. Hoje sou que, às vezes, tenho de ser disciplinadora e um bocadinho autoritária. Custa-me muito, não é aquilo que nós achamos que vai ser”, disse ainda.
Na última edição dos prémios As Mulheres Mais Influentes de Portugal, Júlia Pinheiro referiu ainda: “A minha mãe deixa-me um legado imenso de liberdade. Foi empresária a vida toda. Ensinou-me que, de forma nenhuma se pode depender de ninguém a não ser de nós próprios, temos de encontrar o nosso trabalho, o nosso caminho. Foi muito disciplinadora a vida toda. Ainda hoje é uma inspiração para mim, sendo que hoje eu sou a mãe e ela é a filha”.