Cada vez mais descontrolado, o veterinário vai até à Geliré, de noite. Traz a roupa que encontrou no lixo, pousa-a e troca-se ali mesmo. É neste momento que coloca uma máscara no rosto para esconder a parte queimada. Na manhã seguinte, Nazaré chega para iniciar mais um dia de trabalho, quando se detém a olhar para a sua secretária, boquiaberta. “Surpreendida por me ver?”, pergunta o vilão, saltando da secretária e avançando para a cunhada. Ela esquiva-se, convencida de que vai ser atacada, mas o objetivo dele é outro: fecha a porta do gabinete e tapa-a. Pergunta-lhe se teve saudades dele e Nazaré tenta controlar o medo que sente, fazendo-lhe frente e fixando a máscara que ele tem na cara. “Não olhes assim para mim. Eu sei que estou feio, mas vai passar. E vou ficar bem, prometo”, diz o vilão. A tutora de Alice lembra-o de que enviou uma mensagem a Natália a dizer que ia para Espanha e percebe que ele enganou toda a gente. “Tinha de me livrar daquele teu guarda-costas, era difícil aproximar-me de ti com ele sempre atrás”, aponta o veterinário. “Fingiste que te ias embora e esperaste o momento certo para atacar. Eu, burra, caí na armadilha!”, queixa-se Nazaré. Ele não pára com as provocações. “É bom saber que continuas a minha Nazaré. Cheia de autoconfiança, a achar que consegue resolver tudo sozinha. Não fujas de mim. Fazes-me sofrer. Mas eu perdoo-te, porque tenho a certeza que, quando ficarmos juntos, a tua opinião sobre mim vai mudar”, diz. Nervosa, a rapariga leva a mão à barriga e ele repara. “Não te preocupes com o bebé. Eu vou cuidar dele como se fosse meu”, acrescenta. A filha de Matilde quer saber como é que ele descobriu que ela está grávida. “Porque te amo e sou incapaz de passar tanto tempo sem saber como estás. Sempre que pude, estive por perto, a olhar de ti…”, responde o vilão.
A dona da Geliré vê o cerco a apertar-se e pergunta-lhe se foi ele quem assaltou a quinta, mas ele nega. “Amas-me tanto, mas aí não tiveste problemas em atirar-me escada abaixo”, riposta. Ele insiste: “Juro que não sei do que é que estás a falar. Assumo aquilo que faço. Se eu fosse à quinta, era para te trazer comigo, nunca para te magoar”. E volta a aproximar-se dela, deixando-a cada vez mais nervosa. “A polícia está à tua procura, se continuares aqui, vão apanhar-te”, diz-lhe Nazaré. Ele assegura que tem duas opções: ou passar a vida a fugir, ou ir para a prisão. “Tudo o que fiz foi porque queria que fosses minha. És a razão de eu estar nesta situação”, afirma. Enquanto fala, a empresária recua até à secretária e sem tirar os olhos de Rui, tenta encontrar algo que lhe possa servir de arma de defesa, acabando por encontrar um objeto pesado. “Só te quero a ti… Já não quero saber de nada, nem de ninguém, só tu é que me importas”, declara o irmão de Duarte aproximando-se cada vez mais da cunhada. Ela aconselha-o a pensar bem no que vai fazer e ele não se fica: “Não tenho pensado noutra coisa. Desta vez nada me vai parar, nada!”, grita. Quando ele se aproxima e, tomada pela raiva, a rapariga atira-lhe o objeto com toda a força e acerta na cabeça dele. Rui cai ao chão, enquanto ela telefona para a polícia a pedir socorro.
Após alguns minutos inconsciente, Rui acorda e senta-se, agarrado à cabeça. Nazaré aguarda a chegada das autoridades. Ele pergunta-lhe o que é que fez e finge-se debilitado, mas a cunhada ignora-o e reage com ironia. “Estou cheia de pena. Enganaste-me bem, sabes? Com o quadro do menino bonito… Esqueceste-te foi de falar do teu lado psicopata e mete nojo!”, declara, prosseguindo: “A polícia já está aí a chegar para te levar ao hospital, sossega que vives”. Na rua começam a soar as sirenes do carro da polícia e Nazaré vai espreitar. É nesse momento que Rui foge, para desespero da rapariga.
“Tinha-o na mão”
Mais uma vez, o vilão volta a conseguir escapar e Duarte acaba por ir ter com a mulher. “Eu sabia, eu sempre disse que o Rui andava por aí e ia atacar quando tivesse oportunidade”, aponta o empresário. “Já ouvi, já te dei razão e não quero mais gelo. Quero lá saber! Eu tinha-o na mão. Podia ter acabado com tudo…”, lamenta Nazaré. “Tu não és a supermulher, ok? Estás muito perto, mas não és, e agora estás grávida, tens de pensar no bebé”, aconselha o marido. Nazaré conta-lhe que o irmão já sabe da gravidez, deixando-o em pânico. Duarte acusa logo a mãe. “Não sei se foi, ele disse que tem andando perto de mim… ”, explica a tutora de Alice. O marido dá um murro na mesa, frustrado. “É ela, foi sempre ela! Sabia que as mensagens dele eram falsas e não nos disse para o proteger. Eu não acredito em nada do que ela diz. E agora, mais do que nunca, nós temos de ter mais cuidado. Eu prometi que ele nunca mais se aproximava de ti e falhei. Outra vez”, dispara. Ela diz que quem está a falhar é a polícia e Duarte volta a pedir-lhe para não andar sem segurança. “Nós também temos de proteger a Alice. Temos de ser nós a levá-la à escola, a ir buscá-la. Não podemos deixar que nada lhe aconteça”, pede Nazaré. Duarte acede e riposta: “E tu vais-me prometer que, a partir de agora, eu e tu vamos estar juntos a cada segundo das nossas vidas, estás a ouvir?”.