Já chegou à plataforma de streaming da SIC, a OPTO, a produção nacional intitulada “A Generala”. A série, da autoria de Patrícia Müller e Vera Sacramento, conta a história de Maria Luísa Paiva Monteiro, uma jovem que, farta de viver num mundo onde as mulheres não têm nenhuma palavra a dizer, assume a identidade de um homem, Octávio, que entra para o Exército e acaba por chegar a general. As sensuais e lindíssimas Carolina Carvalho e Soraia Chaves, de 25 e 38 anos, respetivamente, são as atrizes que se transfiguram completamente para desempenharem esse papel – Carolina na fase mais jovem e Soraia alguns anos mais tarde.
Para a equipa de figurinistas, transformar duas sex symbol num homem comum foi um verdadeiro desafio. “Todo este trabalho de caracterizar as atrizes é feito por várias pessoas que trabalham em conjunto”, começa por dizer Tina Costa, responsável pelo guarda-roupa. Tina revela que o mais complicado foi conseguir vestir um fato a Soraia Chaves sem que ela continuasse a ser um mulherão. “Claro que, se a pusermos num fato preto à medida, a Soraia fica linda. Tem uma figura que permite estar sempre bonita. Fui buscar fatos dos anos 80 para que ela os vestisse, tendo feito muito poucas alterações. Colocámos, por exemplo, ombreiras duplas, para que ficasse com os ombros mais largos. Ou seja, não foi nada feito à medida de propósito para ela”, explica, acrescentando que isso transmitiu mais poder e personalidade à personagem. “Deixei que os fatos ficassem um bocadinho oversize [grande demais] propositadamente, para não se verem as formas. Por baixo dos fatos, a Soraia usava uma faixa que lhe comprimia as mamas e toda a roupa interior era masculina. Até as cuecas são de homem”, adianta Tina Costa.
Um desafio para a equipa de figurinistas
Esta transformação completa foi muito importante para a atriz. “Claro que a caracterização ajuda muito, mas todo o trabalho de acting [representação], a postura, a maneira de sentar e de andar que ela conseguiu recriar é formidável. O trabalho da Soraia para este papel é espetacular”, destaca. E se caracterizar Soraia Chaves foi difícil, fazê-lo com Carolina Carvalho ainda mais complicado foi. “A Carolina é muito bonita e tem cara de menina. Além disso, é pequenina e magrinha, por isso tive de mandar fazer todos os fatos à medida para ela.” E houve outro pormenor que tornou o trabalho da figurinista mais árduo. “Na série, a Carolina interpreta a personagem numa fase da sua vida em que ela assume várias personalidades para fazer as suas burlas. Embora sejam sempre masculinas, têm todas características diferentes”, conta Tina, rematando que esta foi “uma das produções mais complicadas” em que participou no que toca ao guarda-roupa, acrescido ao facto “de ter sido tudo feito neste contexto de pandemia”.
No que respeita à caracterização, “A Generala” também pôs à prova as capacidades da maquilhadora Magali Santana. “Foi um desafio devido à beleza delas! Qual das duas a mais bonita”, suspira a profissional. Para as transformar, teve fazer um trabalho meticuloso. “Tratou-se de evidenciar e marcar cada pormenor. Carregar rugas de expressão, baixar sobrancelhas, encovar os olhos. Não houve regras, apenas lhes retirei todo o glamour para lhes dar um aspeto duro, cru e masculino.” Para marcar o passar dos anos na personagem, Magali recorreu a um produto específico. “É um gel da família do látex que marca as rugas e deixa a pele caída e flácida. Usei-o muito na Soraia na fase final da história”, conclui.