Lésbica assumida, Francisca Dias admite que teve noção da sua orientação sexual “cedo”. “Ali aos 14, 15 anos tinha mesmo consciência”, diz a jovem, recordando: “Nessa altura vivia numa família católica, ia missa, era católica praticante. Lá na igreja dizem que Deus ama as pessoas e o que interessa é sermos felizes e estarmos bem, e isso era tudo o que eu pensava”. Para a Francisca, o importante é amar, não interessa quem. “Lá está, amor é amor. Amar uma mulher, um homem, um unicórnio, extraterrestre.”
Vítima de assédio…
Apesar de desde o início do programa da SIC ter revelado estar casada com uma mulher, a chef tem sido alvo de muito assédio… até por parte do sexo masculino. “Continuam montes de homens a dizer que me querem conhecer, mas eu não entendo porquê”, ri-se. E a sua mulher aproveita para fazer um apelo: “Moços de Portugal e arredores, ela é casada e é lésbica. Portanto, essas ‘ofertas’… não há necessidade”.
“É muito fácil sermos nós próprios”
Francisca nunca escondeu a sua orientação sexual e nos locais onde trabalhou sempre souberam que era lésbica. E também ficaram a par do casamento. Por isso, não tem dúvidas: “Ser lésbica e estar casada com uma mulher não tem problema nenhum no meu trabalho”. A jovem vai ainda mais longe ao vangloriar-se: “Na cozinha não interessa como é que tu és, o que é que tu és. Desde que cozinhes e cumpras está tudo bem. Por isso, acho que é uma profissão onde é muito fácil sermos nós próprios”.
O próximo passo é… ter uma casa com varanda!
Francisca e Tânia casaram-se a 10 de outubro de 2020, no Alentejo, e vivem juntas há algum tempo, mas têm o sonho de comprar uma casa “com varanda ou terraço”, conta a vencedora de “Hell’s Kitchen”, da SIC. “Pode ser minúscula, mas desde que dê para pôr um fogareirozito lá fora já é bom”, acrescenta a mulher.
O prato favorito da vencedora é canja!
“Adoro. Como canja, na boa, todas as semanas, duas vezes por semana se for preciso. Até pode ser sem massa, só o caldinho com o ovo”, refere.
Abrir um restaurante… não é um sonho
Com 29 anos, Francisca nunca desejou abrir um restaurante em nome próprio. “Houve uma altura em que não queria, mas agora até penso nisso. Não é um objetivo, mas pode vir a ser, se for uma coisa que faça sentido na altura”, conta, acrescentando: “Mas se não abrir, não me vou sentir frustrada para o resto da vida”. Caso acabe por seguir por este caminho, a chef gostava que fosse “uma coisa muito intimista, pequenina, onde consiga ter acesso aos clientes e em que a comida seja muito caseira e cheia de amor”.