Maria Leal Craveiro foi a concorrente expulsa do “Secret Story” na gala do dia 10 de novembro. A jovem do Porto obteve a menor percentagem, apenas 17%, no duelo final contra Diogo Alexandre e João Ricardo. Após a saída da “casa mais vigiada do País”, a tour leader quebrou o silêncio e falou sobre o segredo que defendia no jogo, “Tenho uma malformação congénita”, um problema relacionado com o tamanho das suas orelhas, que a atormentou na adolescência e moldou a sua personalidade. “Mudou-me porque foi nos anos mais críticos da minha vida, quando eu estava na pré-adolescência e a formar aquilo que eu era ou viria a ser”, disse aos jornalistas Maria, que recordou o bullying que sofreu.
“Fez com que eu desenvolvesse muito o medo de ser olhada, de ser julgada e ouvir coisas negativas em relação à minha pessoa, não foi nada fácil. E acho que isso me tornou uma pessoa mais fria, mais fechada, que não dava muita confiança aos outros e que optou sempre por passar muito mais tempo sozinha do que em contextos de grupo, em eventos”, assumiu, em seguida. “É muito a isto que associo uma grande parte da minha vida, vivi numa solidão forçada. Mesmo hoje em dia as minhas amigas quase me arrastam para eu ir a uma festa ou um evento. Acho que isso tudo é influência do meu segredo e daquilo que eu passei numa fase tão crucial da minha vida.”
Maria recorda bullying: “Tinha muita vergonha”
A jovem de 25 anos recordou alguns dos momentos mais difíceis. “Sofri de bullying, sim. Gostava muito de passar os intervalos sozinha ou numa área da escola onde não tivesse ninguém. Às vezes com uma amiga, muitas vezes fechada no cubículo da casa de banho, sentada na retrete. Tinha muita vergonha de comer em público, de andar em público. Achava que estava a ser julgada e que tinha algum problema”, confessou Maria, assumindo que os ataques verbais deixaram marcas profundas.
“O bullying que eu sofri nunca foi físico, nunca me agrediram, nunca me tocaram, era uma coisa muito mais de nomes que me chamavam. Sentia-me muito feia, por várias circunstâncias. Era mais alta que toda a gente, muito magrinha, e depois tinha umas orelhas muito grandes. Houve muitos anos da minha vida que me lembro das minhas amigas terem namorados, receberem cartas de amor, de alguém ter interesse nelas, e eu demorei muito tempo, só aos 16, 17 anos é que comecei a perceber que, afinal, algum rapaz podia gostar de mim e ia ter um bocadinho mais de autoestima nesse aspeto”, disse, por fim, em declarações aos jornalistas.