
Nestes dias, deparamo-nos com duas situações difíceis de gerir mediaticamente. A imprensa fala, porque tem de o fazer. Assinalam-se cinco anos da morte de Angélico e dois da morte do filho de Judite Sousa. São momentos que unem as duas mulheres na mesma dor e o interesse mediático é óbvio. Falei com Filomena, que, passado tanto tempo, está devastada. É impressionante a fragilidade de alguém que perde o seu bem precioso, parte da sua vida. Um bocado seu! Filomena agarra-se “aos verdadeiros amigos” do seu filho para seguir em frente, mas confessou-me: “Apesar de estar aqui de corpo, a minha alma está sempre ausente”. Por outro lado, Judite Sousa tem os olhos da imprensa postos nos seus passos. Intriga-me que ainda se insista em escrever que está triste, frágil e debilitada. Intriga-me porque me parece um processo natural, e, se dúvidas houvesse, basta ler o que a jornalista disse à imprensa em determinada altura: “A morte do meu filho e o estado de espírito em que me encontro é a expressão de que sou tão humana como as outras”. Verdade!