Uma longa reportagem da revista norte-americana Vanity Fair está a dar que falar pelas novas revelações no caso de alegada violência doméstica de José Castelo Branco contra Betty Grafstein. Pela primeira vez a joalheira de 95 anos aceitou falar a um veículo de comunicação social. E na entrevista, Betty Grafstein reafirmou as acusações já feitas anteriormente aos médicos e autoridades portuguesas.
Foi em junho que a jornalista Alice Hines conversou com a socialite durante cerca de 40 minutos, através de uma videochamada. Betty Grafstein deu a entrevista ainda internada, numa clínica em Nova Iorque, e na companhia do filho, Roger Basile.
“Ele sempre batia-me quando eu menos esperava”, disse. “Bateu-me na cabeça como se fosse uma bola de futebol”, afirmou Betty. Além disso, a socialite confirmou à jornalista que está a pedir o divórcio.
“Foi definitvamente violência e abuso”, disse Betty, sobre os acontecimentos do dia 20 de abril, que culminaram no seu internamento na CUF de Cascais. Porém, a jornalista considera que a socialite não tem uma memória muito precisa do que realmente aconteceu. “Quando a perguntei pela primeira vez como ela acabou no hospital, ela disse: ‘Ele empurrou-me pela janela'”. Porém, depois, mudou de versão. “Ela estava do lado de fora da entrada do hotel quando José ‘empurrou-me por três lances de escadas”.
Entretanto o hotel onde o casal estava hospedado não tem três andares. Confrontada com esta informação, Betty reforça: “Não estou confusa com o que aconteceu”. Por outro lado, o filho defende a mãe. “Ela sempre fala de escadas. Mas quando ela inicialmente contou-me o que aconteceu, ela disse que ele empurrou-a para fora da janela. É por isso que tenho dificuldade em acreditar que eram três andares. Calculo que ela teria morrido, com certeza”.
Aristocrata e herdeira da indústria de diamantes
Entretanto, Alice Hines também perguntou a Betty Grafstein sobre outros temas polémicos para além da violência doméstica. É que a jornalista descobriu inconsistências na história de vida da joalheira, efetivamente em relação ao seu título de nobreza e a sua alegada fortuna. “Só quando solicitada pelo filho Betty admitiu que José ‘inventava histórias’ sobre ela”, escreveu a jornalista. Sobre as alegações de Roger Basile de que a mãe “não tem um tostão”, Betty disse apenas: “Deixe Roger dizer o que quiser”.
Por fim, a jornalista revela as suas impressões da conversa com a joalheira. “No final, Betty não conseguia ter certeza se as suas memórias de infância eram verdadeiras ou se José tinha inventado tudo”.
De recordar que foi em junho que Betty Grafstein regressou aos Estados Unidos da América, numa viagem planeada durante uma semana e no maior secretismo, como Marcella Fernandes, empresária e perita em segurança, além de confidente da milionária, revela, em seguida, à revista TvMais. “Tinha receio que pudessem provocar um acidente à ambulância e tive de criar um perímetro de segurança. Tudo correu bem até ao aeroporto de Figo Maduro e a viagem da Betty para os EUA foi muito tranquila.”