“Vem, não vem?” Com Alexandra Lencastre nunca se sabe, ou melhor, sabe-se à última hora, por isso os produtores da peça “Je Suis Werther”, em exibição no Teatro A Comuna, em Lisboa, e que conta com a participação da filha da atriz, Margarida Bakker, não sabiam muito bem se podiam contar com a diva das novelas no espetáculo. Não só apareceu como o fez dez minutos antes do espetáculo.
Discreta, de óculos escuros, sem querer dar nas vistas, Alexandra sentou-se na sala da Comuna ao lado de Piet-Hein Bakker, o ex-marido e pai das filhas. No final da atuação de cerca de uma hora, a jovem troca um abraço sentido com a mãe e ambas choram, muito emocionadas. O pai beijou-a na testa e ofereceu-lhe um presente. Alexandra Lencastre ainda se mostra sensibilizada quando fala com a nossa revista.
“Sou uma mãe babada! Fiquei muito orgulhosa porque penso que ela se entregou sem reservas, e acho que é esse o caminho, seja a fazer esta peça seja um clássico no Teatro Nacional”, começou por referir a atriz, que ainda estava com os nervos à flor da pele: “Foi bastante intenso. Tinha noção de que com o Fernando Pinto Amaral a escrever, com certeza que a base teria muita qualidade. A minha dúvida seria se estes miúdos, tão novos e com tão pouca experiência, conseguiriam agarrar as personagens, defini-las, fazer todo o trabalho de ator. Eles ainda estão todos a aprender (estão no Conservatório, um deles concluiu este ano e a Margarida está a acabar)”.
E no final, não lhes poupou elogios: “Conseguiram momentos muito fortes e a forma como eles sentiram a dor, a raiva, a morte ou a separação está bem retratada pela crueza e forma violenta com que eles representam”.