Rebeca abriu o coração este sábado, 5 de maio, para falar abertamente da sua vida, da doença, da esperança no futuro e nos gestos de carinho daqueles que a rodeiam. Em “Alta Definição”, Rebeca recordou a forma como detetou, acidentalmente, que algo de estranho se passava com no seu corpo, depois de anos antes ter vivido um carcinoma na garganta quando o filho tinha apenas três anos. Acredita que a depressão sofreu posteriormente foi mais difícil de lidar do que o cancro em si mesmo.
Afirma que a doença não é só sua, mas de toda a família. Durante os primeiros meses, de setembro a janeiro, reservou a informação do diagnóstico apenas ao companheiro, Élio Gomes, ao filho Rubim e aos familiares mais próximos. Começou o ano com vontade de deixar “cair” o segredo.
Depois de vários ciclos de quimioterapia acredita que as “mulheres são todas iguais a fazer quimioterapia”. “A minha cara é igual à da outra. Nós somos uma. A minha cara, neste momento, é a de todas as mulheres que estão com cancro da mama”, garante.
Apesar da carga emocional e física da doença, a cantora garante não gostar de se vitimizar. Contudo, sente que “o medo está sempre dentro de nós. Será que [o cancro] volta? Será que vou cá estar daqui a três anos? Será que eu vou conseguir cinco? Será que vou ver o meu filho crescer? Será que vou ver o meu filho casar? A minha cabeça não pára durante 24 horas. Por isso é que eu quero fazer tudeo. Neste momento tenho vontade de fazer tudo e mais alguma coisa. Quero ir de férias, cantar, dançar. Quero tudo!”
Diz ainda que o filho Rubim, de apenas 11 anos, é o seu “Deus vivo”, aquele que vê todos os dias, que diz sempre que a ama e que até lhe telefona durante os intervalos na escola. Dorme com ela de mão dada durante a noite e está a ser seguido por um psicólogo.
Sempre se interessou por ler sobre o tema do cancro, sempre quis saber “demais”. Todos os elogios não chegam para homenagear Hélio, o companheiro que segue de perto todos os desafios da sua “guerreira”, como é carinhosamente tratada. “O meu marido tem sido uma pessoa fabulosa. É um grande homem. Está sempre no sítio certo. Faz-me tudo e mais alguma coisa (…) não falhou uma quimioterapia comigo. Ele acredita muito [na cura]. ‘Vais conseguir! Está quase!’
O seu sonho é ver o filho casar porque receia não poder estar presente. Tem medo de morrer, mas mantém a esperança de vencer. Finaliza a entrevista com um conselho: “Vivam a vida, digam aquilo que têm para dizer. Não tenham medo de falar. Abracem!”