Aos 51 anos e com “A Tarde é Sua” na reta final, Fátima Lopes prepara-se para a estreia em janeiro de 2021, da versão portuguesa do formato italiano “C’ è Posta Per Te” (“Você Tem Correio” em tradução literal). À TvMais, a estrela da TVI garante que está entusiasmada com a proposta de Cristina Ferreira (diretora de Entretenimento e Ficção), com quem, garante, tem uma ótima relação. Deseja ainda sorte a Manuel Luís Goucha no horário onde ela foi feliz…
Como encara a mudança de deixar a tarde para passar a apresentar o programa de sábado à noite da TVI?
A mudança de deixar a tarde, que fazia há 24 anos ininterruptamente, para passar para um programa novo e muito desafiante deixou-me bastante feliz. Fiquei muito agradada por perceber que o convite da Cristina [Ferreira] e do João [Patrício] representava confiança no meu trabalho, reconhecimento do meu valor e vontade de me desafiar. Isto é importante para abraçar um programa com entusiasmo redobrado.
Vamos voltar a vê-la num registo semelhante ao seu início de carreira na SIC, quando apresentou o “Perdoa-me” ou o “All You Need is Love”?
Tem alguns pontos de contacto com esses formatos, mas é mais desafiante a vários níveis. Nomeadamente a nível emocional. E hoje sou uma mulher muito mais preparada para um programa assim. A idade e a experiência são fundamentais.
É um programa de afetos?
Posso dizer que tem muita emoção, afetividade, gratidão e dimensão humana. Tudo o que precisamos nesta altura.
É o programa que lhe apetece fazer neste momento?
Sem dúvida alguma. É um grande presente.
Não está triste por deixar de estar à tarde?
Não. Tudo na vida tem um tempo. Acresce que gosto de um bom desafio.
Como é a sua relação com Cristina Ferreira?
É ótima. Foi sempre. Ainda não trabalhávamos na mesma estação e já nos dávamos bem. Fizemos muitas coisas juntas antes de ela sair para a SIC e não tenho nenhuma razão de queixa da Cristina. Quando regressou à TVI, falámos sobre os desafios que tinha pensado para mim e estes agradaram-me. Sinto que me respeita e reconhece o meu valor. E isso é muito importante.
Não tomou o convite de Cristina Ferreira para apresentar um programa ao sábado à noite como um presente envenenado?
Mas porquê? Não consigo perceber! Que presente envenenado, se eu estava com vontade de descansar um pouco da tarde e lançar-me noutros voos. A imprensa e, através dela o público, têm de começar a olhar para as estações de televisão como empresas. E as empresas querem sempre apresentar os melhores produtos ao seu público. E para que um produto televisivo tenha qualidade é necessário um bom conteúdo, mas também o(a) apresentador(a) com o perfil mais adequado. Nesse sentido, sinto-me orgulhosa de apresentar este formato internacional que tem feito muito sucesso.
Espera que o público a acompanhe nesta mudança de horário?
Espero sim porque sei que este é um programa para toda a família.
Nos últimos tempos, recebeu algum convite da SIC?
Isso é um assunto que só a mim me diz respeito.
Gostava de regressar à estação onde se estreou?
Estarei sempre onde me tratarem bem, reconheçam o meu valor e me desafiem.
O que tem a dizer a Manuel Luís Goucha, que vai ser o seu sucessor?
Que seja tão feliz a apresentar o programa da tarde quanto é a fazer o da manhã. O Manuel é um grande profissional. Eu sou sua fã e ele sabe. Temos uma relação muito próxima e de admiração mútua. Fiquei feliz por ser ele a receber esta responsabilidade porque sei que o vai fazer, como sempre, muito bem.
Sente que no futuro da TVI perde protagonismo por deixar de estar diariamente em antena, mas apenas ao sábado?
Não sinto nada disso. É uma ideia que a comunicação social está a querer vender ao público. Temos três canais generalistas e a fazer manhãs ou tardes são muito poucos apresentadores. Todos os outros estão noutros horários. Normal, não? Ou acham que não têm protagonismo por estar noutros horários? Ao mesmo tempo é caricato, porque há uns anos perguntavam-me se eu achava que tinha perdido protagonismo por só estar na tarde.
Como tem enfrentado esta pandemia?
Com equilíbrio e resiliência. Não há outra forma. Não adianta queixar-me ou criticar a realidade. É o que é e estamos todos a passar por uma realidade muito desafiante. Por isso procuro ser muito pragmática. Vejo que situações há para resolver, procuro as soluções possíveis e, acima de tudo, estou atenta ao estado de espírito daqueles que amo. Procuro momentos de descompressão e que me façam rir. Nem que seja um filme tonto.
Tem sentido receio em relação aos seus pais?
Claro. Como qualquer outra filha que ame os pais. Mas eles, graças a Deus, têm estado muito bem. Quase não saem é verdade, mas eu e os meus filhos visitamo-los com regularidade e é sempre uma alegria. Até ganham nova vida.
Como tem lidado com o distanciamento social quando está com eles?
Antes de entrar na casa dos meus pais descalço-me. Depois tiro o casaco e mala e vou lavar logo as mãos. A seguir, com cautela, dou-lhes um abraço. Eles precisam desse abraço e eu também. Não lhes vou tirar aquela que é para eles a maior alegria.
Custa-lhe não poder abraçar e beijar os seus filhos como desejaria devido à exposição por causa do seu trabalho?
Antes de entrar na minha casa, sigo os mesmos procedimentos de quando vou a casa dos meus pais e a seguir abraço os meus filhos. Não os beijo como gostaria, mas estou a contabilizar os beijos em falta.
Com que regularidade tem feito o teste à Covid-19?
Fiz apenas uma vez porque não tenho tido contacto com ninguém com a doença ou com suspeita de a ter.
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