“Não digo o nome porque não posso”, disse Ana Rocha no decorrer da entrevista que deu esta quinta-feira, dia 23, a Júlia Pinheiro. A realizadora, que tornou público ter sido vítima de violação aos 17 anos na cerimónia de entrega dos Prémios Mulheres Inspiradoras da ACTIVA, conversou com a apresentadora da SIC sobre o que sucedeu e os motivos porque se manteve em silêncio até agora. A realizadora de ‘Listen’ não revela o nome do homem que a agrediu, dizendo porém que é uma personalidade famosa, que conheceu durante uma sessão de autógrafos e que é mais velho do que ela. “O poder desta pessoa está relacionado com fama e com a proximidade que tem a um público vulnerável”, revela.
A esse primeiro encontro na sessão de autógrafos sucederam-se dois telefonemas, um deles quando Ana estava com os pais, e a marcação de um encontro, onde essa experiência dramática teve lugar. “Não disse que não e faço questão de sublinhar que não é preciso dizer que não. Primeiro porque uma miúda petrifica e ao dizer que não estamos a tornar aquilo mais real. Eu não disse que não, mas o meu corpo disse que não. Eu não me mexi, eu petrifiquei”, conta emocionada.
Sobre a questao de revelar o nome do agressor, Ana afirmou: “Eu só não digo o nome porque não posso. Não se trata de proteger ninguém, também não se trata de querer destruir a vida de ninguém. Eu gostava muito de poder dizer o nome desta pessoa por uma razão muito simples, porque acho que todos devíamos ter o direito de saber o risco que algumas pessoas podem correr na presença dele”.
Veja o discurso de Ana Rocha nos Prémios Mulheres Inspiradoras: